Mt 28, 16-20
Jesus é o Senhor da história
16 Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. 17 Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. 18 Então Jesus se aproximou, e falou: «Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. 19 Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, 20 e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.»
DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS NA CIDADE Meu desejo é partilhar a experiencia do que significa evangelizar uma cidade como Sao Paulo... Iniciativas, espiritualidade, textos, comentários, atividades
quinta-feira, 4 de junho de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
DOMINGO DE PENTECOSTES... EVANGELHO E REFLEXAO
JESUS APARECE AOS DISCÍPULOS (João 20,19-23)
OS LUGARES PARALELOS: Temos, além do relato de João, outros dois paralelos, muito mais breves, que correspondem a um resumo auricular e não a um testemunho ocular: Marcos 16, 14-18 e Lucas 24, 36-49. Contrastaremos todos eles para determinar o grau de historicidade e o valor teológico das afirmações como catequistas bíblicos.
TEMPO: João é o mais detalhado neste respeito: estando, pois, aquele dia perto do fim [opsies], o primeiro da semana. Comparado com o relato de Lucas, anterior ao narrado por João, que não narra sobre a aparição aos dois de Emaús, parece que temos uma pequena contradição de tempo. Os dois pedem a Jesus que fique, pois está na tarde e o dia já há declinado [temos traduzido literalmente]. Como pode dizer João que depois de uma caminhada de sessenta estádios, aproximadamente 9 mil metros, ou duas horas de caminho ainda era a tarde do dia? Vamos explicar esta aparente contradição. A tarde começava às quinze horas. Era este também o tempo em que se iniciavam as jantas. O dia, na primavera palestina, termina entre 17:30 e 18 horas. Caso estejamos, segundo Lucas, no início das 16 horas teremos mais duas horas de volta e os dois discípulos estariam com os doze às 18 horas, precisamente o fim do dia como afirma João.
OS DISCÍPULOS: Além dos doze [melhor onze, porque Judas estava morto] estavam os dois de Emaús e provavelmente mais, dentre os que logo nos Atos se dirão: eram cento e vinte. Dentre os onze, faltava Tomé o chamado Dídimo. Tanto Tomé como Dídimo significam o mesmo: gêmeo. Como diz Lucas, estavam reunidos os onze (!) e seus companheiros comentando uma aparição a Pedro [Simão] (Lc 24, 33-34) que João não narra porque ele não foi testemunha do fato. Temos uma falha de informação em Lucas porque, não sendo ele testemunha, narra na totalidade, os onze, quando na verdade faltava um: Tomás. Também vemos como em Marcos existe uma narração formal e genérica, quando resume todas as aparições afirmando que apareceu, finalmente, aos onze quando estavam à mesa e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não haviam dado crédito aos que o tinham visto ressuscitado (34, 14). Vemos que esta última afirmação é só em parte verdadeira como constatamos em Lucas 24, 34. Esta falta de detalhes indica claramente que eles tratam o assunto na sua generalidade, como um fato que transcende a história e forma parte da tradição. O modo de tratar o assunto em João não é assim, onde hora, lugar e circunstâncias permitem conhecer o que uma testemunha viu e ouviu. Por isso temos dois detalhes importantes: o medo aos judeus [propriamente jerosolimitanos] e as portas fechadas, ou melhor trancadas.
JESUS VEIO: É desta forma como aparece para estar na frente de todos a figura do ressuscitado. Nada de ruídos, de resplendor, de experiências impactantes. Como entra a luz quando uma janela é aberta, assim o corpo de Jesus entrou e se colocou no meio deles (19).
A PAZ: A figura na frente deles não é uma estátua; fala e comerá logo, para demonstrar que não é um espírito, uma fantasia, um fantasma. Mas vamos agora estudar suas palavras. A primeira palavra de Jesus é uma saudação que podemos dizer entra dentro do costume ambiental: PAZ. A palavra hebraica Shalom da qual a grega Eirene e a latina Pax são tradução, significa evidentemente ausência de guerra e vida tranqüila (Lc 14, 32), mas também significa bênção, glória, riqueza, descanso, bem-estar, saúde física, esperança de êxito, justiça, salvação: ou seja tudo que acostumamos chamar de estado feliz. Especialmente, paz e justiça aparecem unidas (Mt 5, 9-10). A paz é dom precioso de Deus (1 Cor 1, 3). Daí que o futuro Messias, Jesus, em definitivo, seja, antes de tudo, um porta-voz da paz e inclusive se identifique com ela (Rm 5, 1). É o Messias que a comunica por meio do Espírito como antecipação da paz definitiva (Rm 14, 7). Se a primeira vez a palavra pode ter o significado de uma saudação (19) quando é repetida, pela segunda vez, tem um significado profundamente teológico: ela é a base do Espírito que transforma os discípulos em enviados do Pai, recebendo o principal carisma da nova era: o espírito de reconciliação que basicamente é perdão. Algo novo está ocorrendo; e esse algo novo é um bem divino: essa profunda e definitiva paz, que Deus está disposto a partilhar, como doador, com simples seres humanos.
AS CHAGAS: Jesus mostrou suas chagas: mãos e pés, segundo Lucas (24, 39) e mãos e lado, segundo João (20, 21). Lucas declara o propósito dessa prova como demonstração de que ele era o mesmo Jesus crucificado que tinha sido depositado no sepulcro e não um fantasma. Nem a afirmação de Lucas nega a de João nem esta poderá ser tomada como contraditória à de Lucas. Máxime que João distingue duas aparições: uma só para Tomé, em que pede que este introduza a mão no lado, daí que o lado era mais importante para João do que as chagas do pé. Lucas só traz uma aparição, porque para ele o importante era que Jesus tinha sido visto pelos onze. Isso explica as diferenças entre os dois. Nem todos os detalhes são importantes mas só aqueles que, do ponto de vista do autor, contribuem para demonstrar ou confirmar seu propósito. Desde este momento, Jesus será o crucificado, ou seja, aquele que em seu corpo apresenta umas feridas que inicialmente foram vergonha e humilhação; mas que, desde agora, seriam glória e exaltação. O Jesus-homem, filho de Maria [filho do homem] agora se apresenta como o Cristo Senhor verdadeiro filho de Deus [Cristo Deus].
O PERDÃO DOS PECADOS: A nova missão dada por Jesus aos discípulos está intimamente unida ao perdão dos pecados. Por isso Jesus repete de novo Shalom lekem [Eirene ymin grego, ou Pax vobis latino]. Mas esta paz não é uma saudação mas uma doação, um presente divino que é um perdão pela conduta imprópria dos discípulos durante os dias da paixão e morte de Jesus. Jesus esquece e perdoa. Sua paz, que é felicidade e alegria por sua presença viva no meio deles, quer ser uma reconciliação sem recriminações nem censuras. O perdão é total. O desejo de Jesus vai além do simples perdão. Jesus pretende dar aos discípulos um novo ministério: uma função divina como dom totalmente extraordinário que requeria um ato solene, visível e simbólico; ou seja, uma ação sacramental em que o homem é instrumento visível da ação interior divina. A missão atual é totalmente diferente da dada aos doze (Mt 10, 1 +) e aos discípulos (Lc 10, 1+) que unicamente consiste em anunciar a Boa Nova e testemunhá-la com poder de curar e autoridade sobre os demônios. É uma missão nova que participa da missão fundamental do próprio Jesus, que vamos estudar na continuação. Jesus não só envia os discípulos mas também o Paráclito (Jo 16, 7). E a missão dos discípulos está na mesma ordem da missão do Paráclito. É, pois, uma missão muito importante.
MISSÃO DE JESUS: Como o Pai me enviou, dirá Jesus. Com estas palavras Jesus afirma o sentido de sua vida: Ele é um enviado do Pai, um mensageiro que tem como finalidade o que a continuação descreve como doação a seus discípulos: o perdão. Que Jesus era enviado do Pai temos clara confirmação em Jo 5, 30 e 36. Mas qual foi a missão fundamental de Jesus? O anjo anuncia um Salvador que será Cristo Senhor (Lc 2, 11). No nome da pessoa estava escrita a missão de sua vida. Por-lhe-ás o nome de Jesus pois ele salvará seu povo de seus pecados (Mt 1, 21). E o Batista descreve o futuro Messias declarando-o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1, 29). A missão de Jesus se cumpre no momento de sua morte quando pode exclamar: está consumado (Jo 19, 30). Pouco antes, ao ser elevado na cruz, reclama do Pai o perdão; e o mais admirável é que esse perdão não é para os amigos mas para os inimigos: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34). Foi para essa hora [de paixão] que ele veio (Jo 12, 27). O perdão é uma amostra de que Deus é Pai e de que a justiça de Deus é clemência para quem recebe o evangelho como a Boa Nova da graça: O ano de graça do Senhor (Lc 4, 19 e Is 61, 2). Na última ceia declara o mistério encerrado na cruz como o sangue a ser derramado em prol da multidão para o perdão dos pecados (Mt 26, 28) e João na sua primeira carta resumirá esta missão afirmando: o sangue de seu Filho nos limpa de todo pecado (1 Jo 1, 7).
MISSÃO DOS DISCÍPULOS: 1) Jesus a identifica com a sua: como o Pai me enviou assim eu vos envio (21). Um favor deve ser tomado em sentido o mais amplo possível, sem restrição, como dizem os letrados em Direito. Perdoar não é só usar palavras mas contribuir com ações, unindo-se à sua paixão para que os novos sofrimentos atuem como causa segunda do perdão, o qual Paulo já expressava numa frase de difícil interpretação: Em minha carne estou completando o que falta às tribulações de Cristo em favor de seu corpo que é a Igreja (Cl 1, 24). E como tal corpo de Cristo, também ele (sendo parte da Igreja) sofre e adquire méritos para a conversão dos pecadores, como muitos santos sofreram e S. Agostinho confirma em seus escritos. A Deus só podemos dar o nosso sofrimento de quem entrega sua vida, perdendo-a como prova do amor (Rm 5, 8). E nisso consiste precisamente o sacrifício (Ef 5, 2). 2) Jesus realiza uma ação que relembra pelo verbo usado a mesma de Gênesis 2, 7, segundo a setenta, quando Deus soprou sobre o barro para dar vida ao corpo inerte. Logo teremos uma vida nova dada aos discípulos. Até agora Jesus nunca fez gesto semelhante que implicava modo diferente de ser discípulo. 3) As palavras que explicam a ação de Jesus formam um só conjunto com a missão e o sopro, que tem como significado o perdão dos pecados. Aqui não encontramos menção do Evangelho, não aparece o Reino, não deixa os efeitos salutares aos ouvintes da palavra, mas os efeitos são dirigidos aos presentes, todos eles alegres e com viva fé no Senhor: Se perdoais serão os pecados [dos outros] perdoados, se não os perdoais [os retiverdes forçosamente, segundo o grego] não estarão perdoados. Os hemistíquios finais de cada frase estão na voz passiva o que significa uma ação direita de Deus. Poderíamos traduzir livre, mas literalmente a nova missão apostólica desta forma: Deus perdoará a quem perdoardes; e Deus não perdoará a quem não perdoardes. O melhor comentário é o do Beato Isaac della Stella: A Igreja nada pode perdoar sem Cristo e Cristo nada quer perdoar sem a Igreja. A Igreja não pode perdoar senão a quem é penitente, isto é, a quem Cristo tocou com sua graça; e Cristo nada quer considerar como perdoado a quem despreza a sua Igreja. 4) Por isso a condição indispensável do penitente é seu amor por Cristo, segundo as palavras do próprio Jesus: Eu vim chamar os pecadores ao arrependimento (Lc 5, 32) e seus muitos pecados lhe são perdoados porque amou muito; mas aquele a quem pouco se perdoa ama pouco (Lc 7, 47); ou em termos mais ocidentais: A quem pouco ama, pouco se perdoa.
OS LUGARES PARALELOS: Temos, além do relato de João, outros dois paralelos, muito mais breves, que correspondem a um resumo auricular e não a um testemunho ocular: Marcos 16, 14-18 e Lucas 24, 36-49. Contrastaremos todos eles para determinar o grau de historicidade e o valor teológico das afirmações como catequistas bíblicos.
TEMPO: João é o mais detalhado neste respeito: estando, pois, aquele dia perto do fim [opsies], o primeiro da semana. Comparado com o relato de Lucas, anterior ao narrado por João, que não narra sobre a aparição aos dois de Emaús, parece que temos uma pequena contradição de tempo. Os dois pedem a Jesus que fique, pois está na tarde e o dia já há declinado [temos traduzido literalmente]. Como pode dizer João que depois de uma caminhada de sessenta estádios, aproximadamente 9 mil metros, ou duas horas de caminho ainda era a tarde do dia? Vamos explicar esta aparente contradição. A tarde começava às quinze horas. Era este também o tempo em que se iniciavam as jantas. O dia, na primavera palestina, termina entre 17:30 e 18 horas. Caso estejamos, segundo Lucas, no início das 16 horas teremos mais duas horas de volta e os dois discípulos estariam com os doze às 18 horas, precisamente o fim do dia como afirma João.
OS DISCÍPULOS: Além dos doze [melhor onze, porque Judas estava morto] estavam os dois de Emaús e provavelmente mais, dentre os que logo nos Atos se dirão: eram cento e vinte. Dentre os onze, faltava Tomé o chamado Dídimo. Tanto Tomé como Dídimo significam o mesmo: gêmeo. Como diz Lucas, estavam reunidos os onze (!) e seus companheiros comentando uma aparição a Pedro [Simão] (Lc 24, 33-34) que João não narra porque ele não foi testemunha do fato. Temos uma falha de informação em Lucas porque, não sendo ele testemunha, narra na totalidade, os onze, quando na verdade faltava um: Tomás. Também vemos como em Marcos existe uma narração formal e genérica, quando resume todas as aparições afirmando que apareceu, finalmente, aos onze quando estavam à mesa e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não haviam dado crédito aos que o tinham visto ressuscitado (34, 14). Vemos que esta última afirmação é só em parte verdadeira como constatamos em Lucas 24, 34. Esta falta de detalhes indica claramente que eles tratam o assunto na sua generalidade, como um fato que transcende a história e forma parte da tradição. O modo de tratar o assunto em João não é assim, onde hora, lugar e circunstâncias permitem conhecer o que uma testemunha viu e ouviu. Por isso temos dois detalhes importantes: o medo aos judeus [propriamente jerosolimitanos] e as portas fechadas, ou melhor trancadas.
JESUS VEIO: É desta forma como aparece para estar na frente de todos a figura do ressuscitado. Nada de ruídos, de resplendor, de experiências impactantes. Como entra a luz quando uma janela é aberta, assim o corpo de Jesus entrou e se colocou no meio deles (19).
A PAZ: A figura na frente deles não é uma estátua; fala e comerá logo, para demonstrar que não é um espírito, uma fantasia, um fantasma. Mas vamos agora estudar suas palavras. A primeira palavra de Jesus é uma saudação que podemos dizer entra dentro do costume ambiental: PAZ. A palavra hebraica Shalom da qual a grega Eirene e a latina Pax são tradução, significa evidentemente ausência de guerra e vida tranqüila (Lc 14, 32), mas também significa bênção, glória, riqueza, descanso, bem-estar, saúde física, esperança de êxito, justiça, salvação: ou seja tudo que acostumamos chamar de estado feliz. Especialmente, paz e justiça aparecem unidas (Mt 5, 9-10). A paz é dom precioso de Deus (1 Cor 1, 3). Daí que o futuro Messias, Jesus, em definitivo, seja, antes de tudo, um porta-voz da paz e inclusive se identifique com ela (Rm 5, 1). É o Messias que a comunica por meio do Espírito como antecipação da paz definitiva (Rm 14, 7). Se a primeira vez a palavra pode ter o significado de uma saudação (19) quando é repetida, pela segunda vez, tem um significado profundamente teológico: ela é a base do Espírito que transforma os discípulos em enviados do Pai, recebendo o principal carisma da nova era: o espírito de reconciliação que basicamente é perdão. Algo novo está ocorrendo; e esse algo novo é um bem divino: essa profunda e definitiva paz, que Deus está disposto a partilhar, como doador, com simples seres humanos.
AS CHAGAS: Jesus mostrou suas chagas: mãos e pés, segundo Lucas (24, 39) e mãos e lado, segundo João (20, 21). Lucas declara o propósito dessa prova como demonstração de que ele era o mesmo Jesus crucificado que tinha sido depositado no sepulcro e não um fantasma. Nem a afirmação de Lucas nega a de João nem esta poderá ser tomada como contraditória à de Lucas. Máxime que João distingue duas aparições: uma só para Tomé, em que pede que este introduza a mão no lado, daí que o lado era mais importante para João do que as chagas do pé. Lucas só traz uma aparição, porque para ele o importante era que Jesus tinha sido visto pelos onze. Isso explica as diferenças entre os dois. Nem todos os detalhes são importantes mas só aqueles que, do ponto de vista do autor, contribuem para demonstrar ou confirmar seu propósito. Desde este momento, Jesus será o crucificado, ou seja, aquele que em seu corpo apresenta umas feridas que inicialmente foram vergonha e humilhação; mas que, desde agora, seriam glória e exaltação. O Jesus-homem, filho de Maria [filho do homem] agora se apresenta como o Cristo Senhor verdadeiro filho de Deus [Cristo Deus].
O PERDÃO DOS PECADOS: A nova missão dada por Jesus aos discípulos está intimamente unida ao perdão dos pecados. Por isso Jesus repete de novo Shalom lekem [Eirene ymin grego, ou Pax vobis latino]. Mas esta paz não é uma saudação mas uma doação, um presente divino que é um perdão pela conduta imprópria dos discípulos durante os dias da paixão e morte de Jesus. Jesus esquece e perdoa. Sua paz, que é felicidade e alegria por sua presença viva no meio deles, quer ser uma reconciliação sem recriminações nem censuras. O perdão é total. O desejo de Jesus vai além do simples perdão. Jesus pretende dar aos discípulos um novo ministério: uma função divina como dom totalmente extraordinário que requeria um ato solene, visível e simbólico; ou seja, uma ação sacramental em que o homem é instrumento visível da ação interior divina. A missão atual é totalmente diferente da dada aos doze (Mt 10, 1 +) e aos discípulos (Lc 10, 1+) que unicamente consiste em anunciar a Boa Nova e testemunhá-la com poder de curar e autoridade sobre os demônios. É uma missão nova que participa da missão fundamental do próprio Jesus, que vamos estudar na continuação. Jesus não só envia os discípulos mas também o Paráclito (Jo 16, 7). E a missão dos discípulos está na mesma ordem da missão do Paráclito. É, pois, uma missão muito importante.
MISSÃO DE JESUS: Como o Pai me enviou, dirá Jesus. Com estas palavras Jesus afirma o sentido de sua vida: Ele é um enviado do Pai, um mensageiro que tem como finalidade o que a continuação descreve como doação a seus discípulos: o perdão. Que Jesus era enviado do Pai temos clara confirmação em Jo 5, 30 e 36. Mas qual foi a missão fundamental de Jesus? O anjo anuncia um Salvador que será Cristo Senhor (Lc 2, 11). No nome da pessoa estava escrita a missão de sua vida. Por-lhe-ás o nome de Jesus pois ele salvará seu povo de seus pecados (Mt 1, 21). E o Batista descreve o futuro Messias declarando-o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1, 29). A missão de Jesus se cumpre no momento de sua morte quando pode exclamar: está consumado (Jo 19, 30). Pouco antes, ao ser elevado na cruz, reclama do Pai o perdão; e o mais admirável é que esse perdão não é para os amigos mas para os inimigos: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34). Foi para essa hora [de paixão] que ele veio (Jo 12, 27). O perdão é uma amostra de que Deus é Pai e de que a justiça de Deus é clemência para quem recebe o evangelho como a Boa Nova da graça: O ano de graça do Senhor (Lc 4, 19 e Is 61, 2). Na última ceia declara o mistério encerrado na cruz como o sangue a ser derramado em prol da multidão para o perdão dos pecados (Mt 26, 28) e João na sua primeira carta resumirá esta missão afirmando: o sangue de seu Filho nos limpa de todo pecado (1 Jo 1, 7).
MISSÃO DOS DISCÍPULOS: 1) Jesus a identifica com a sua: como o Pai me enviou assim eu vos envio (21). Um favor deve ser tomado em sentido o mais amplo possível, sem restrição, como dizem os letrados em Direito. Perdoar não é só usar palavras mas contribuir com ações, unindo-se à sua paixão para que os novos sofrimentos atuem como causa segunda do perdão, o qual Paulo já expressava numa frase de difícil interpretação: Em minha carne estou completando o que falta às tribulações de Cristo em favor de seu corpo que é a Igreja (Cl 1, 24). E como tal corpo de Cristo, também ele (sendo parte da Igreja) sofre e adquire méritos para a conversão dos pecadores, como muitos santos sofreram e S. Agostinho confirma em seus escritos. A Deus só podemos dar o nosso sofrimento de quem entrega sua vida, perdendo-a como prova do amor (Rm 5, 8). E nisso consiste precisamente o sacrifício (Ef 5, 2). 2) Jesus realiza uma ação que relembra pelo verbo usado a mesma de Gênesis 2, 7, segundo a setenta, quando Deus soprou sobre o barro para dar vida ao corpo inerte. Logo teremos uma vida nova dada aos discípulos. Até agora Jesus nunca fez gesto semelhante que implicava modo diferente de ser discípulo. 3) As palavras que explicam a ação de Jesus formam um só conjunto com a missão e o sopro, que tem como significado o perdão dos pecados. Aqui não encontramos menção do Evangelho, não aparece o Reino, não deixa os efeitos salutares aos ouvintes da palavra, mas os efeitos são dirigidos aos presentes, todos eles alegres e com viva fé no Senhor: Se perdoais serão os pecados [dos outros] perdoados, se não os perdoais [os retiverdes forçosamente, segundo o grego] não estarão perdoados. Os hemistíquios finais de cada frase estão na voz passiva o que significa uma ação direita de Deus. Poderíamos traduzir livre, mas literalmente a nova missão apostólica desta forma: Deus perdoará a quem perdoardes; e Deus não perdoará a quem não perdoardes. O melhor comentário é o do Beato Isaac della Stella: A Igreja nada pode perdoar sem Cristo e Cristo nada quer perdoar sem a Igreja. A Igreja não pode perdoar senão a quem é penitente, isto é, a quem Cristo tocou com sua graça; e Cristo nada quer considerar como perdoado a quem despreza a sua Igreja. 4) Por isso a condição indispensável do penitente é seu amor por Cristo, segundo as palavras do próprio Jesus: Eu vim chamar os pecadores ao arrependimento (Lc 5, 32) e seus muitos pecados lhe são perdoados porque amou muito; mas aquele a quem pouco se perdoa ama pouco (Lc 7, 47); ou em termos mais ocidentais: A quem pouco ama, pouco se perdoa.
terça-feira, 26 de maio de 2009
SAO FILIPE NERI
São Felipe Neri, missionário e fundador da Congregação do Oratório e chamado apóstolo de Roma, estudou sob influencia dos Dominicanos em São Marcos a aprendeu oficio com o seu tio. Ele abandonou os negócios em 1533, indo para Roma e se devotando ao serviço do Senhor. Em 1533 estudou teologia e filosofia. Após três anos passou a organizar uma ordem de Irmãos Leigos para orarem juntos, cuidar dos doentes e peregrinos que vinham para Roma. Durante este período ele passou muitas noites em oração nas catacumbas de São Sebastião na Via Apia e em uma noite, em 1544, ele experimentou um êxtase que dilatou seu coração comprovado, em autópsia, após sua morte. Devotando ao seu apostolado ele logo fundou sua comunidade, a "Confraria da Mais Santa Trindade" bem conhecida na cidade de Roma e ficou muito conhecido pela sua bondade e simpatia. Foi ordenado em 1551 e entrou para a comunidade de São Girolamo e tornou-se um renomado confessor ,e diziam que podia ler a mente daqueles que o visitavam conseguindo assim fazer as mais completas, corretas e fervorosas confissões.Conduziu vários grupos de discussões para jovens religiosos, padres e leigos fazendo o alicerce do que se tornou mais tarde a "Congregação do Oratório". O nome parece ser derivado da sala do Oratório de São Girolamo, onde os encontros religiosos eram conduzidos. A aprovação para a Congregação foi dada em 1575 pelo Papa Gregório XIII e as regras de sua Constituição foi aprovada pelo Papa Paulo V em 1612.A Congregação do Oratório se espalhou por toda a Europa e América do Sul.O Papa Gregório XIV tentou fazer dele um cardeal mas Filipe recusou .A sua popularidade era tanta eu foi acusado de tentar formar a sua própria seita, acusação que foi logo abandonada por falta de base.
Nos seus últimos anos ele teve varias doenças graves, que curava apenas com suas preces. Diz a tradição que curou vários doentes apenas com a oração e sua benção. Respeitado e amado em Roma e foi um conselheiro de papas, reis, bispos, cardeais e igualmente confessor e conselheiro de leigos e do povo mais simples de Roma . Os seus esforços em chegar ao povo comum deu a ele o titulo de "Apóstolo de Roma". Sua imagem está entalhada em um santuário na Casa Matriz da Igreja de Santa Maria, em Varicela . A mais famosa pintura dele foi feita por Guido Reni, que serviu de base para as subsequentes apresentações de suas fotopinturas.
Veio a falecer em 27 de maio de 1595 aos 80 anos, de causa naturais. Foi beatificado em 1615 pelo Papa Paulo V, e canonizado em 1622 pelo Papa Gregório XV .Seu símbolo na liturgia da Igreja é um lírio e um anjo com um livro.
Sua festa é celebrada o dia 26 de maio.
São Felipe Neri, missionário e fundador da Congregação do Oratório e chamado apóstolo de Roma, estudou sob influencia dos Dominicanos em São Marcos a aprendeu oficio com o seu tio. Ele abandonou os negócios em 1533, indo para Roma e se devotando ao serviço do Senhor. Em 1533 estudou teologia e filosofia. Após três anos passou a organizar uma ordem de Irmãos Leigos para orarem juntos, cuidar dos doentes e peregrinos que vinham para Roma. Durante este período ele passou muitas noites em oração nas catacumbas de São Sebastião na Via Apia e em uma noite, em 1544, ele experimentou um êxtase que dilatou seu coração comprovado, em autópsia, após sua morte. Devotando ao seu apostolado ele logo fundou sua comunidade, a "Confraria da Mais Santa Trindade" bem conhecida na cidade de Roma e ficou muito conhecido pela sua bondade e simpatia. Foi ordenado em 1551 e entrou para a comunidade de São Girolamo e tornou-se um renomado confessor ,e diziam que podia ler a mente daqueles que o visitavam conseguindo assim fazer as mais completas, corretas e fervorosas confissões.Conduziu vários grupos de discussões para jovens religiosos, padres e leigos fazendo o alicerce do que se tornou mais tarde a "Congregação do Oratório". O nome parece ser derivado da sala do Oratório de São Girolamo, onde os encontros religiosos eram conduzidos. A aprovação para a Congregação foi dada em 1575 pelo Papa Gregório XIII e as regras de sua Constituição foi aprovada pelo Papa Paulo V em 1612.A Congregação do Oratório se espalhou por toda a Europa e América do Sul.O Papa Gregório XIV tentou fazer dele um cardeal mas Filipe recusou .A sua popularidade era tanta eu foi acusado de tentar formar a sua própria seita, acusação que foi logo abandonada por falta de base.
Nos seus últimos anos ele teve varias doenças graves, que curava apenas com suas preces. Diz a tradição que curou vários doentes apenas com a oração e sua benção. Respeitado e amado em Roma e foi um conselheiro de papas, reis, bispos, cardeais e igualmente confessor e conselheiro de leigos e do povo mais simples de Roma . Os seus esforços em chegar ao povo comum deu a ele o titulo de "Apóstolo de Roma". Sua imagem está entalhada em um santuário na Casa Matriz da Igreja de Santa Maria, em Varicela . A mais famosa pintura dele foi feita por Guido Reni, que serviu de base para as subsequentes apresentações de suas fotopinturas.
Veio a falecer em 27 de maio de 1595 aos 80 anos, de causa naturais. Foi beatificado em 1615 pelo Papa Paulo V, e canonizado em 1622 pelo Papa Gregório XV .Seu símbolo na liturgia da Igreja é um lírio e um anjo com um livro.
Sua festa é celebrada o dia 26 de maio.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
A Solenidade da Ascensão de Jesus que hoje celebramos sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projecto libertador de Deus para os homens e para o mundo.
No Evangelho, Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, ajuda-os a vencer a desilusão e o comodismo e envia-os em missão, como testemunhas do projecto de salvação de Deus. De junto do Pai, Jesus continuará a acompanhar os discípulos e, através deles, a oferecer aos homens a vida nova e definitiva.
Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projecto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus - a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo “caminho” que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens continuar o projecto de Jesus.
A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa “esperança” de mãos dadas com os irmãos - membros do mesmo “corpo” - e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside no seu “corpo” que é a Igreja; e é nela que se torna hoje presente no meio dos homens.
LEITURA I - Act 1,1-11
AMBIENTE
O livro dos “Actos dos apóstolos” dirige-se a comunidades que vivem num certo contexto de crise. Estamos na década de 80, cerca de cinquenta anos após a morte de Jesus. Passou já a fase da expectativa pela vinda iminente do Cristo glorioso para instaurar o “Reino” e há uma certa desilusão. As questões doutrinais trazem alguma confusão; a monotonia favorece uma vida cristã pouco comprometida e as comunidades instalam-se na mediocridade; falta o entusiasmo e o empenho… O quadro geral é o de um certo sentimento de frustração, porque o mundo continua igual e a esperada intervenção vitoriosa de Deus continua adiada. Quando vai concretizarse, de forma plena e inequívoca, o projecto salvador de Deus?
É neste ambiente que podemos inserir o texto que hoje nos é proposto como primeira leitura. Nele, o catequista Lucas avisa que o projecto de salvação e de libertação que Jesus veio apresentar passou (após a ida de Jesus para junto do Pai) para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito. A construção do “Reino” é uma tarefa que não está terminada, mas que é preciso concretizar na história, e exige o empenho contínuo de todos os crentes. Os cristãos são convidados a redescobrir o seu papel, no sentido de testemunhar o projecto de Deus, na fidelidade ao “caminho” que Jesus percorreu.
O livro dos “Actos dos apóstolos” dirige-se a comunidades que vivem num certo contexto de crise. Estamos na década de 80, cerca de cinquenta anos após a morte de Jesus. Passou já a fase da expectativa pela vinda iminente do Cristo glorioso para instaurar o “Reino” e há uma certa desilusão. As questões doutrinais trazem alguma confusão; a monotonia favorece uma vida cristã pouco comprometida e as comunidades instalam-se na mediocridade; falta o entusiasmo e o empenho… O quadro geral é o de um certo sentimento de frustração, porque o mundo continua igual e a esperada intervenção vitoriosa de Deus continua adiada. Quando vai concretizarse, de forma plena e inequívoca, o projecto salvador de Deus?
É neste ambiente que podemos inserir o texto que hoje nos é proposto como primeira leitura. Nele, o catequista Lucas avisa que o projecto de salvação e de libertação que Jesus veio apresentar passou (após a ida de Jesus para junto do Pai) para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito. A construção do “Reino” é uma tarefa que não está terminada, mas que é preciso concretizar na história, e exige o empenho contínuo de todos os crentes. Os cristãos são convidados a redescobrir o seu papel, no sentido de testemunhar o projecto de Deus, na fidelidade ao “caminho” que Jesus percorreu.
MENSAGEM
O nosso texto começa com um prólogo (vers. 1-2) que relaciona os “Actos” com o 3º Evangelho - quer na referência ao mesmo Teófilo a quem o Evangelho era dedicado, quer na alusão a Jesus, aos seus ensinamentos e à sua acção no mundo (tema central do 3º Evangelho). Neste prólogo são também apresentados os protagonistas do livro - o Espírito Santo e os apóstolos, vinculados com Jesus.
Depois da apresentação inicial, vem o tema da despedida de Jesus (vers. 3-8). O autor começa por fazer referência aos “quarenta dias” que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, durante os quais Jesus falou aos discípulos “a respeito do Reino de Deus” (o que parece estar em contradição com o Evangelho, onde a ressurreição e a ascensão são apresentados no próprio dia de Páscoa - cf. Lc 24). O número quarenta é, certamente, um número simbólico: é o número que define o tempo necessário para que um discípulo possa aprender e repetir as lições do mestre. Aqui define, portanto, o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado.
As palavras de despedida de Jesus (vers. 4-8) sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar “até aos confins do mundo”. Temos resumida aqui a experiência missionária da comunidade de Lucas: o Espírito irá derramar-se sobre a comunidade crente e dará a força para testemunhar Jesus em todo o mundo, desde Jerusalém a Roma. Na realidade, trata-se do programa que Lucas vai apresentar ao longo do livro, posto na boca de Jesus ressuscitado. O autor quer mostrar com a sua obra que o testemunho e a pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo Espírito.
O último tema é o da ascensão (vers. 9-11). Evidentemente, esta passagem necessita de ser interpretada para que, através da roupagem dos símbolos, a mensagem apareça com toda a claridade.
Temos, em primeiro lugar, a elevação de Jesus ao céu (vers. 9a). Não estamos a falar de uma pessoa que, literalmente, descola da terra e começa a elevar-se; estamos a falar de um sentido teológico (não é o “repórter”, mas sim o “teólogo” a falar): a ascensão é uma forma de expressar simbolicamente que a exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra-terrenas; é a forma literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que agora reentra na glória da comunhão com o Pai.
Temos, depois, a nuvem (vers. 9b) que subtrai Jesus aos olhos dos discípulos. Pairando a meio caminho entre o céu e a terra, a nuvem é, no Antigo Testamento, um símbolo privilegiado para exprimir a presença do divino (cf. Ex 13,21.22; 14,19.24; 24,15b-18; 40,34-38). Ao mesmo tempo, simultaneamente esconde e manifesta: sugere o mistério do Deus escondido e presente, cujo rosto o Povo não pode ver, mas cuja presença adivinha nos acidentes da caminhada. Céu e terra, presença e ausência, luz e sombra, divino e humano, são dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos.
Temos ainda os discípulos a olhar para o céu (vers. 10a). Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projecto de libertação do homem e do mundo.
Temos, finalmente, os dois homens vestidos de branco (vers. 10b). O branco sugere o mundo de Deus, o que indica que o seu testemunho vem de Deus. Eles convidam os discípulos a continuar no mundo, animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos discípulos que tem de continuar, na história, a obra de Jesus, embora com a esperança posta na segunda e definitiva vinda do Senhor.
O sentido fundamental da ascensão não é que fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é convidar-nos a seguir o “caminho” de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos à realização do seu projecto de salvação no meio do mundo.
O nosso texto começa com um prólogo (vers. 1-2) que relaciona os “Actos” com o 3º Evangelho - quer na referência ao mesmo Teófilo a quem o Evangelho era dedicado, quer na alusão a Jesus, aos seus ensinamentos e à sua acção no mundo (tema central do 3º Evangelho). Neste prólogo são também apresentados os protagonistas do livro - o Espírito Santo e os apóstolos, vinculados com Jesus.
Depois da apresentação inicial, vem o tema da despedida de Jesus (vers. 3-8). O autor começa por fazer referência aos “quarenta dias” que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, durante os quais Jesus falou aos discípulos “a respeito do Reino de Deus” (o que parece estar em contradição com o Evangelho, onde a ressurreição e a ascensão são apresentados no próprio dia de Páscoa - cf. Lc 24). O número quarenta é, certamente, um número simbólico: é o número que define o tempo necessário para que um discípulo possa aprender e repetir as lições do mestre. Aqui define, portanto, o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado.
As palavras de despedida de Jesus (vers. 4-8) sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar “até aos confins do mundo”. Temos resumida aqui a experiência missionária da comunidade de Lucas: o Espírito irá derramar-se sobre a comunidade crente e dará a força para testemunhar Jesus em todo o mundo, desde Jerusalém a Roma. Na realidade, trata-se do programa que Lucas vai apresentar ao longo do livro, posto na boca de Jesus ressuscitado. O autor quer mostrar com a sua obra que o testemunho e a pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo Espírito.
O último tema é o da ascensão (vers. 9-11). Evidentemente, esta passagem necessita de ser interpretada para que, através da roupagem dos símbolos, a mensagem apareça com toda a claridade.
Temos, em primeiro lugar, a elevação de Jesus ao céu (vers. 9a). Não estamos a falar de uma pessoa que, literalmente, descola da terra e começa a elevar-se; estamos a falar de um sentido teológico (não é o “repórter”, mas sim o “teólogo” a falar): a ascensão é uma forma de expressar simbolicamente que a exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra-terrenas; é a forma literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que agora reentra na glória da comunhão com o Pai.
Temos, depois, a nuvem (vers. 9b) que subtrai Jesus aos olhos dos discípulos. Pairando a meio caminho entre o céu e a terra, a nuvem é, no Antigo Testamento, um símbolo privilegiado para exprimir a presença do divino (cf. Ex 13,21.22; 14,19.24; 24,15b-18; 40,34-38). Ao mesmo tempo, simultaneamente esconde e manifesta: sugere o mistério do Deus escondido e presente, cujo rosto o Povo não pode ver, mas cuja presença adivinha nos acidentes da caminhada. Céu e terra, presença e ausência, luz e sombra, divino e humano, são dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos.
Temos ainda os discípulos a olhar para o céu (vers. 10a). Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projecto de libertação do homem e do mundo.
Temos, finalmente, os dois homens vestidos de branco (vers. 10b). O branco sugere o mundo de Deus, o que indica que o seu testemunho vem de Deus. Eles convidam os discípulos a continuar no mundo, animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos discípulos que tem de continuar, na história, a obra de Jesus, embora com a esperança posta na segunda e definitiva vinda do Senhor.
O sentido fundamental da ascensão não é que fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é convidar-nos a seguir o “caminho” de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos à realização do seu projecto de salvação no meio do mundo.
ACTUALIZAÇÃO
A ressurreição/ascensão de Jesus garante-nos, antes de mais, que uma vida vivida na fidelidade aos projectos do Pai é uma vida destinada à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Quem percorre o mesmo “caminho” de Jesus subirá, como Ele, à vida plena.
A ascensão de Jesus recorda-nos, sobretudo, que Ele foi elevado para junto do Pai e nos encarregou de continuar a tornar realidade o seu projecto libertador no meio dos homens nossos irmãos. É essa a atitude que tem marcado a caminhada histórica da Igreja? Ela tem sido fiel à missão que Jesus, ao deixar este mundo, lhe confiou?
O nosso testemunho tem transformado e libertado a realidade que nos rodeia? Qual o real impacto desse testemunho na nossa família, no local onde desenvolvemos a nossa actividade profissional, na nossa comunidade cristã ou religiosa?
É relativamente frequente ouvirmos dizer que os seguidores de Jesus gostam mais de olhar para o céu do que se comprometerem na transformação da terra. Estamos, efectivamente, atentos aos problemas e às angústias dos homens, ou vivemos de olhos postos no céu, num espiritualismo alienado? Sentimo-nos questionados pelas inquietações, pelas misérias, pelos sofrimentos, pelos sonhos, pelas esperanças que enchem o coração dos que nos rodeiam? Sentimo-nos solidários com todos os homens, particularmente com aqueles que sofrem?
A ressurreição/ascensão de Jesus garante-nos, antes de mais, que uma vida vivida na fidelidade aos projectos do Pai é uma vida destinada à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Quem percorre o mesmo “caminho” de Jesus subirá, como Ele, à vida plena.
A ascensão de Jesus recorda-nos, sobretudo, que Ele foi elevado para junto do Pai e nos encarregou de continuar a tornar realidade o seu projecto libertador no meio dos homens nossos irmãos. É essa a atitude que tem marcado a caminhada histórica da Igreja? Ela tem sido fiel à missão que Jesus, ao deixar este mundo, lhe confiou?
O nosso testemunho tem transformado e libertado a realidade que nos rodeia? Qual o real impacto desse testemunho na nossa família, no local onde desenvolvemos a nossa actividade profissional, na nossa comunidade cristã ou religiosa?
É relativamente frequente ouvirmos dizer que os seguidores de Jesus gostam mais de olhar para o céu do que se comprometerem na transformação da terra. Estamos, efectivamente, atentos aos problemas e às angústias dos homens, ou vivemos de olhos postos no céu, num espiritualismo alienado? Sentimo-nos questionados pelas inquietações, pelas misérias, pelos sofrimentos, pelos sonhos, pelas esperanças que enchem o coração dos que nos rodeiam? Sentimo-nos solidários com todos os homens, particularmente com aqueles que sofrem?
LEITURA II - Ef 1,17-23
AMBIENTE
A Carta aos Efésios é, provavelmente, um dos exemplares de uma “carta circular” enviada a várias igrejas da Ásia Menor, numa altura em que Paulo está na prisão (em Roma?). O seu portador é um tal Tíquico. Estamos por volta dos anos 58/60.
Alguns vêem nesta carta uma espécie de síntese da teologia paulina, numa altura em que a missão do apóstolo está praticamente terminada no oriente.
Em concreto, o texto que nos é proposto aparece na primeira parte da carta e faz parte de uma acção de graças, na qual Paulo agradece a Deus pela fé dos efésios e pela caridade que eles manifestam para com todos os irmãos na fé.
A Carta aos Efésios é, provavelmente, um dos exemplares de uma “carta circular” enviada a várias igrejas da Ásia Menor, numa altura em que Paulo está na prisão (em Roma?). O seu portador é um tal Tíquico. Estamos por volta dos anos 58/60.
Alguns vêem nesta carta uma espécie de síntese da teologia paulina, numa altura em que a missão do apóstolo está praticamente terminada no oriente.
Em concreto, o texto que nos é proposto aparece na primeira parte da carta e faz parte de uma acção de graças, na qual Paulo agradece a Deus pela fé dos efésios e pela caridade que eles manifestam para com todos os irmãos na fé.
MENSAGEM
À acção de graças, Paulo une uma fervorosa oração a Deus, para que os destinatários da carta conheçam “a esperança a que foram chamados” (vers. 18). A prova de que o Pai tem poder para realizar essa “esperança” (isto é, conferir aos crentes a vida eterna como herança) é o que Ele fez com Jesus Cristo: ressuscitou-O e sentou-O à sua direita (vers. 20), exaltou-O e deu-Lhe a soberania sobre todos os poderes angélicos (Paulo está preocupado com a perigosa tendência de alguns cristãos em dar uma importância exagerada aos anjos, colocando-os até acima de Cristo - cf. Col 1,6). Essa soberania estende-se, inclusive, à Igreja - o “corpo” do qual Cristo é a “cabeça”.
O mais significativo deste texto é, precisamente, este último desenvolvimento. A ideia de que a comunidade cristã é um “corpo” - o “corpo de Cristo” - formado por muitos membros, já havia aparecido nas “grandes cartas”, acentuando-se, sobretudo, a relação dos vários membros do “corpo” entre si (cf. 1 Cor 6,12-20; 10,16-17; 12,12-27; Rom 12,3-8); mas, nas “cartas do cativeiro”, Paulo retoma a noção de “corpo de Cristo” para reflectir sobre a relação que existe entre a comunidade e Cristo.
Neste texto, em concreto, há dois conceitos muito significativos para definir o quadro da relação entre Cristo e a Igreja: o de “cabeça” e o de “plenitude” (em grego, “pleroma”).
Dizer que Cristo é a “cabeça” da Igreja significa, antes de mais, que os dois formam uma comunidade indissolúvel e que há entre os dois uma comunhão total de vida e de destino; significa também que Cristo é o centro à volta do qual o “corpo” se articula, a partir do qual e em direcção ao qual o “corpo” cresce, se orienta e constrói, a origem e o fim desse “corpo”; significa ainda que a Igreja/corpo está submetida à obediência a Cristo/cabeça: só de Cristo a Igreja depende e só a Ele deve obediência.
Dizer que a Igreja é a “plenitude” (”pleroma”) de Cristo significa dizer que nela reside a “plenitude”, a “totalidade” de Cristo. Ela é o receptáculo, a habitação, onde Cristo Se torna presente no mundo; é através desse “corpo” onde reside, que Cristo continua todos os dias a realizar o seu projecto de salvação em favor dos homens. Presente nesse “corpo”, Cristo enche o mundo e atrai a Si o universo inteiro, até que o próprio Cristo “seja tudo em todos” (vers. 23).
À acção de graças, Paulo une uma fervorosa oração a Deus, para que os destinatários da carta conheçam “a esperança a que foram chamados” (vers. 18). A prova de que o Pai tem poder para realizar essa “esperança” (isto é, conferir aos crentes a vida eterna como herança) é o que Ele fez com Jesus Cristo: ressuscitou-O e sentou-O à sua direita (vers. 20), exaltou-O e deu-Lhe a soberania sobre todos os poderes angélicos (Paulo está preocupado com a perigosa tendência de alguns cristãos em dar uma importância exagerada aos anjos, colocando-os até acima de Cristo - cf. Col 1,6). Essa soberania estende-se, inclusive, à Igreja - o “corpo” do qual Cristo é a “cabeça”.
O mais significativo deste texto é, precisamente, este último desenvolvimento. A ideia de que a comunidade cristã é um “corpo” - o “corpo de Cristo” - formado por muitos membros, já havia aparecido nas “grandes cartas”, acentuando-se, sobretudo, a relação dos vários membros do “corpo” entre si (cf. 1 Cor 6,12-20; 10,16-17; 12,12-27; Rom 12,3-8); mas, nas “cartas do cativeiro”, Paulo retoma a noção de “corpo de Cristo” para reflectir sobre a relação que existe entre a comunidade e Cristo.
Neste texto, em concreto, há dois conceitos muito significativos para definir o quadro da relação entre Cristo e a Igreja: o de “cabeça” e o de “plenitude” (em grego, “pleroma”).
Dizer que Cristo é a “cabeça” da Igreja significa, antes de mais, que os dois formam uma comunidade indissolúvel e que há entre os dois uma comunhão total de vida e de destino; significa também que Cristo é o centro à volta do qual o “corpo” se articula, a partir do qual e em direcção ao qual o “corpo” cresce, se orienta e constrói, a origem e o fim desse “corpo”; significa ainda que a Igreja/corpo está submetida à obediência a Cristo/cabeça: só de Cristo a Igreja depende e só a Ele deve obediência.
Dizer que a Igreja é a “plenitude” (”pleroma”) de Cristo significa dizer que nela reside a “plenitude”, a “totalidade” de Cristo. Ela é o receptáculo, a habitação, onde Cristo Se torna presente no mundo; é através desse “corpo” onde reside, que Cristo continua todos os dias a realizar o seu projecto de salvação em favor dos homens. Presente nesse “corpo”, Cristo enche o mundo e atrai a Si o universo inteiro, até que o próprio Cristo “seja tudo em todos” (vers. 23).
ACTUALIZAÇÃO
Na nossa peregrinação pelo mundo, convém termos sempre presente “a esperança a que fomos chamados”. A ressurreição/ascensão/glorificação de Jesus é a garantia da nossa própria ressurreição/glorificação. Formamos com Ele um “corpo” destinado à vida plena. Esta perspectiva tem de dar-nos a força de enfrentar a história e de avançar - apesar das dificuldades - nesse “caminho” do amor e da entrega total que Cristo percorreu.
Dizer que fazemos parte do “corpo de Cristo” significa que devemos viver numa comunhão total com Ele e que nessa comunhão recebemos, a cada instante, a vida que nos alimenta. Significa também viver em comunhão, em solidariedade total com todos os nossos irmãos, membros do mesmo “corpo”, alimentados pela mesma vida. Estas duas coordenadas estão presentes na nossa existência?
Dizer que a Igreja é o “pleroma” de Cristo significa que temos a obrigação de testemunhar Cristo, de torná-l’O presente no mundo, de levar à plenitude o projecto de libertação que Ele começou em favor dos homens. Essa tarefa só estará acabada quando, pelo testemunho e pela acção dos crentes, Cristo for “um em todos”.
EVANGELHO - Mc 16,15-20
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Na nossa peregrinação pelo mundo, convém termos sempre presente “a esperança a que fomos chamados”. A ressurreição/ascensão/glorificação de Jesus é a garantia da nossa própria ressurreição/glorificação. Formamos com Ele um “corpo” destinado à vida plena. Esta perspectiva tem de dar-nos a força de enfrentar a história e de avançar - apesar das dificuldades - nesse “caminho” do amor e da entrega total que Cristo percorreu.
Dizer que fazemos parte do “corpo de Cristo” significa que devemos viver numa comunhão total com Ele e que nessa comunhão recebemos, a cada instante, a vida que nos alimenta. Significa também viver em comunhão, em solidariedade total com todos os nossos irmãos, membros do mesmo “corpo”, alimentados pela mesma vida. Estas duas coordenadas estão presentes na nossa existência?
Dizer que a Igreja é o “pleroma” de Cristo significa que temos a obrigação de testemunhar Cristo, de torná-l’O presente no mundo, de levar à plenitude o projecto de libertação que Ele começou em favor dos homens. Essa tarefa só estará acabada quando, pelo testemunho e pela acção dos crentes, Cristo for “um em todos”.
EVANGELHO - Mc 16,15-20
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AMBIENTE
A perícopa de Mc 16,9-20 distingue-se, no conjunto do Evangelho segundo Marcos, por se apresentar com um estilo e com vocabulário muito diferentes do resto do texto.
Aliás, os manuscritos mais importantes e mais antigos que conservaram este Evangelho concluíam o texto de Marcos em 16,8, com o medo das mulheres que, na manhã de Páscoa, encontraram o túmulo vazio. Provavelmente, foi assim que Marcos terminou o seu Evangelho, dando-lhe um final “aberto” e como que convidando o leitor a completar o relato com a sua própria experiência pessoal de seguimento de Jesus, superando o medo, “vendo” Jesus e dando testemunho d’Ele.
No entanto, este final pareceu deixar insatisfeitos os leitores de Marcos e apareceram várias tentativas de dar ao Evangelho segundo Marcos um final mais satisfatório.
Algumas dessas tentativas estão, aliás, atestadas em diversos documentos antigos que nos transmitiram o texto do segundo Evangelho. De entre os diversos “finais” que apareceram, houve um que se impôs aos outros… Trata-se de um texto de meados do séc. II, que apresenta um resumo das aparições de Jesus ressuscitado contadas por outros evangelistas. Embora tardio e não redigido por Marcos, este “final” é, contudo, parte integrante da Escritura Sagrada. A Igreja reconhece-o como canónico, como inspirado por Deus e como Palavra de Deus.
O texto que nos é proposto é parte da perícopa em causa. Os elementos apresentados no texto são pequenos resumos de relatos feitos por outros evangelistas. Assim, a aparição de Jesus ressuscitado aos Onze depende de Lc 24,36-43 e de Jo 20,19-29; a definição da missão dos apóstolos depende de Mt 28,16 20 e de Lc 24,44-49; o relato da Ascensão depende de Lc 24,50-53 e de Act 1,4-11.
O quadro traçado pelo autor da perícopa apresenta os discípulos a reagir de uma forma muito negativa ao facto de Jesus já não estar com eles. Na manhã da ressurreição, eles estavam “em luto e em pranto” (Mc 16,10); depois, receberam o testemunho das mulheres que encontraram Jesus ressuscitado, com incredulidade e com um coração obstinado (cf. Mc 16,14). Num caso e noutro, negam-se a ir em frente e a continuar a aventura que começaram com Jesus. Têm medo de arriscar e preferem ficar comodamente instalados a “lamber as feridas”. É o anti-seguimento… O encontro com Jesus ressuscitado vai, porém, obrigá-los a sair do seu letargo e a assumir os seus compromissos e responsabilidades, como membros da comunidade do Reino.
A perícopa de Mc 16,9-20 distingue-se, no conjunto do Evangelho segundo Marcos, por se apresentar com um estilo e com vocabulário muito diferentes do resto do texto.
Aliás, os manuscritos mais importantes e mais antigos que conservaram este Evangelho concluíam o texto de Marcos em 16,8, com o medo das mulheres que, na manhã de Páscoa, encontraram o túmulo vazio. Provavelmente, foi assim que Marcos terminou o seu Evangelho, dando-lhe um final “aberto” e como que convidando o leitor a completar o relato com a sua própria experiência pessoal de seguimento de Jesus, superando o medo, “vendo” Jesus e dando testemunho d’Ele.
No entanto, este final pareceu deixar insatisfeitos os leitores de Marcos e apareceram várias tentativas de dar ao Evangelho segundo Marcos um final mais satisfatório.
Algumas dessas tentativas estão, aliás, atestadas em diversos documentos antigos que nos transmitiram o texto do segundo Evangelho. De entre os diversos “finais” que apareceram, houve um que se impôs aos outros… Trata-se de um texto de meados do séc. II, que apresenta um resumo das aparições de Jesus ressuscitado contadas por outros evangelistas. Embora tardio e não redigido por Marcos, este “final” é, contudo, parte integrante da Escritura Sagrada. A Igreja reconhece-o como canónico, como inspirado por Deus e como Palavra de Deus.
O texto que nos é proposto é parte da perícopa em causa. Os elementos apresentados no texto são pequenos resumos de relatos feitos por outros evangelistas. Assim, a aparição de Jesus ressuscitado aos Onze depende de Lc 24,36-43 e de Jo 20,19-29; a definição da missão dos apóstolos depende de Mt 28,16 20 e de Lc 24,44-49; o relato da Ascensão depende de Lc 24,50-53 e de Act 1,4-11.
O quadro traçado pelo autor da perícopa apresenta os discípulos a reagir de uma forma muito negativa ao facto de Jesus já não estar com eles. Na manhã da ressurreição, eles estavam “em luto e em pranto” (Mc 16,10); depois, receberam o testemunho das mulheres que encontraram Jesus ressuscitado, com incredulidade e com um coração obstinado (cf. Mc 16,14). Num caso e noutro, negam-se a ir em frente e a continuar a aventura que começaram com Jesus. Têm medo de arriscar e preferem ficar comodamente instalados a “lamber as feridas”. É o anti-seguimento… O encontro com Jesus ressuscitado vai, porém, obrigá-los a sair do seu letargo e a assumir os seus compromissos e responsabilidades, como membros da comunidade do Reino.
MENSAGEM
A questão central abordada no nosso texto é a do papel dos discípulos no mundo, após a partida de Jesus ao encontro do Pai. O texto consta de três cenas: Jesus ressuscitado define a missão dos discípulos; Jesus parte ao encontro do Pai; os discípulos partem ao encontro do mundo, a fim de concretizar a missão que Jesus lhes confiou.
Na primeira cena (vers. 15-18), Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, acorda-os da letargia em que se tinham instalado e define a missão que, doravante, eles serão chamados a desempenhar no mundo…
A primeira nota do envio e do mandato que Jesus dá aos discípulos é a da universalidade… A missão dos discípulos destina-se a “todo o mundo” e não deverá deter-se diante de barreiras rácicas, geográficas ou culturais. A proposta de salvação que Jesus fez e que os discípulos devem testemunhar destina-se a toda a terra.
Depois, Jesus define o conteúdo do anúncio: o “Evangelho”. O que é o “Evangelho”? No Antigo Testamento (sobretudo no Deutero-Isaías e no Trito-Isaías), a palavra “evangelho” está ligada à “boa notícia” da chegada da salvação para o Povo de Deus.
Depois, na boca de Jesus, a palavra “Evangelho” designa o anúncio de que o “Reino de Deus” chegou à vida dos homens, trazendo-lhes a paz, a libertação, a felicidade.
Para os catequistas das primeiras comunidades cristãs, o “Evangelho” é o anúncio de um acontecimento único, capital, fundamental: em Jesus Cristo, Deus veio ao encontro dos homens, manifestou-lhes o seu amor, inseriu-os na sua família, convidou-os a integrar a comunidade do Reino, ofereceu-lhes a vida definitiva. Tal é o único e exclusivo “evangelho”, a “boa notícia” que muda o curso da história e que transforma o sentido e os horizontes da existência humana.
O anúncio do “Evangelho” obriga os homens a uma opção. Quem aderir à proposta que Jesus faz, chegará à vida plena e definitiva (”quem acreditar e for baptizado será salvo”); mas quem recusar essa proposta, ficará à margem da salvação (”quem não acreditar será condenado” - vers. 16).
O anúncio do Evangelho que os discípulos são chamados a fazer vai atingir não só os homens, mas “toda a criatura”. Muitas vezes o homem, guiado por critérios de egoísmo, de cobiça e de lucro, explora a criação, destrói esse mundo “bom” e harmonioso que Deus criou… Mas a proposta de salvação que Deus apresenta destina-se a transformar o coração do homem, eliminando o egoísmo e a maldade. Ao transformar o coração do homem, o “Evangelho” apresentado por Jesus e anunciado pelos discípulos vai propor uma nova relação do homem com todas as outras criaturas - uma relação não mais marcada pelo egoísmo e pela exploração, mas pelo respeito e pelo amor. Dessa forma, nascerá uma nova humanidade e uma nova natureza.
A presença da salvação de Deus no mundo tornar-se-á uma realidade através dos gestos dos discípulos de Jesus… Comprometidos com Jesus, os discípulos vencerão a injustiça e a opressão (”expulsarão os demónios em meu nome”), serão arautos da paz e do entendimento dos homens (”falarão novas línguas”), levarão a esperança e a vida nova a todos os que sofrem e que são prisioneiros da doença e do sofrimento (”quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”); e, em todos os momentos, Jesus estará com eles, ajudando-os a vencer as contrariedades e as oposições.
Na segunda cena (vers. 19), Jesus sobe ao céu e senta-Se à direita de Deus. A elevação de Jesus ao céu (ascensão) é uma forma de sugerir que, após o cumprimento da sua missão no meio dos homens, Jesus foi ao encontro do Pai e reentrou na comunhão do Pai.
A intronização de Jesus “à direita de Deus” mostra, por sua vez, a veracidade da proposta de Jesus. Na concepção dos povos antigos, aquele que se sentava à direita de Deus era um personagem distinto, que o rei queria honrar de forma especial… Jesus, porque cumpriu com total fidelidade o projecto de Deus para os homens, é honrado pelo Pai e sentado à sua direita. A proposta que Jesus apresentou, que os discípulos acolheram e que vão ser chamados a testemunhar no mundo, não é uma aventura sem sentido e sem saída, mas é o projecto de salvação que Deus quer oferecer aos homens.
Na terceira cena (vers. 20), descreve-se resumidamente a acção missionária dos discípulos: eles partiram (quer dizer, deixaram para trás as seguranças e afectos humanos por causa da missão) a pregar (quer dizer, a anunciar com palavras e com gestos concretos essa vida nova que Deus ofereceu aos homens através de Jesus) por toda a parte (propondo a todos os homens, sem excepção, a proposta salvadora de Deus).
O autor desta catequese assegura aos discípulos que não estão sozinhos ao longo durante a missão… Jesus, vivo e ressuscitado, está com eles, coopera com eles e manifesta-Se ao mundo nas palavras e nos gestos dos discípulos.
A festa da Ascensão de Jesus é, sobretudo, o momento em que os discípulos tomam consciência da sua missão e do seu papel no mundo. A Igreja (a comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus, animada pelo Espírito) é, essencialmente, uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens.
A questão central abordada no nosso texto é a do papel dos discípulos no mundo, após a partida de Jesus ao encontro do Pai. O texto consta de três cenas: Jesus ressuscitado define a missão dos discípulos; Jesus parte ao encontro do Pai; os discípulos partem ao encontro do mundo, a fim de concretizar a missão que Jesus lhes confiou.
Na primeira cena (vers. 15-18), Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, acorda-os da letargia em que se tinham instalado e define a missão que, doravante, eles serão chamados a desempenhar no mundo…
A primeira nota do envio e do mandato que Jesus dá aos discípulos é a da universalidade… A missão dos discípulos destina-se a “todo o mundo” e não deverá deter-se diante de barreiras rácicas, geográficas ou culturais. A proposta de salvação que Jesus fez e que os discípulos devem testemunhar destina-se a toda a terra.
Depois, Jesus define o conteúdo do anúncio: o “Evangelho”. O que é o “Evangelho”? No Antigo Testamento (sobretudo no Deutero-Isaías e no Trito-Isaías), a palavra “evangelho” está ligada à “boa notícia” da chegada da salvação para o Povo de Deus.
Depois, na boca de Jesus, a palavra “Evangelho” designa o anúncio de que o “Reino de Deus” chegou à vida dos homens, trazendo-lhes a paz, a libertação, a felicidade.
Para os catequistas das primeiras comunidades cristãs, o “Evangelho” é o anúncio de um acontecimento único, capital, fundamental: em Jesus Cristo, Deus veio ao encontro dos homens, manifestou-lhes o seu amor, inseriu-os na sua família, convidou-os a integrar a comunidade do Reino, ofereceu-lhes a vida definitiva. Tal é o único e exclusivo “evangelho”, a “boa notícia” que muda o curso da história e que transforma o sentido e os horizontes da existência humana.
O anúncio do “Evangelho” obriga os homens a uma opção. Quem aderir à proposta que Jesus faz, chegará à vida plena e definitiva (”quem acreditar e for baptizado será salvo”); mas quem recusar essa proposta, ficará à margem da salvação (”quem não acreditar será condenado” - vers. 16).
O anúncio do Evangelho que os discípulos são chamados a fazer vai atingir não só os homens, mas “toda a criatura”. Muitas vezes o homem, guiado por critérios de egoísmo, de cobiça e de lucro, explora a criação, destrói esse mundo “bom” e harmonioso que Deus criou… Mas a proposta de salvação que Deus apresenta destina-se a transformar o coração do homem, eliminando o egoísmo e a maldade. Ao transformar o coração do homem, o “Evangelho” apresentado por Jesus e anunciado pelos discípulos vai propor uma nova relação do homem com todas as outras criaturas - uma relação não mais marcada pelo egoísmo e pela exploração, mas pelo respeito e pelo amor. Dessa forma, nascerá uma nova humanidade e uma nova natureza.
A presença da salvação de Deus no mundo tornar-se-á uma realidade através dos gestos dos discípulos de Jesus… Comprometidos com Jesus, os discípulos vencerão a injustiça e a opressão (”expulsarão os demónios em meu nome”), serão arautos da paz e do entendimento dos homens (”falarão novas línguas”), levarão a esperança e a vida nova a todos os que sofrem e que são prisioneiros da doença e do sofrimento (”quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”); e, em todos os momentos, Jesus estará com eles, ajudando-os a vencer as contrariedades e as oposições.
Na segunda cena (vers. 19), Jesus sobe ao céu e senta-Se à direita de Deus. A elevação de Jesus ao céu (ascensão) é uma forma de sugerir que, após o cumprimento da sua missão no meio dos homens, Jesus foi ao encontro do Pai e reentrou na comunhão do Pai.
A intronização de Jesus “à direita de Deus” mostra, por sua vez, a veracidade da proposta de Jesus. Na concepção dos povos antigos, aquele que se sentava à direita de Deus era um personagem distinto, que o rei queria honrar de forma especial… Jesus, porque cumpriu com total fidelidade o projecto de Deus para os homens, é honrado pelo Pai e sentado à sua direita. A proposta que Jesus apresentou, que os discípulos acolheram e que vão ser chamados a testemunhar no mundo, não é uma aventura sem sentido e sem saída, mas é o projecto de salvação que Deus quer oferecer aos homens.
Na terceira cena (vers. 20), descreve-se resumidamente a acção missionária dos discípulos: eles partiram (quer dizer, deixaram para trás as seguranças e afectos humanos por causa da missão) a pregar (quer dizer, a anunciar com palavras e com gestos concretos essa vida nova que Deus ofereceu aos homens através de Jesus) por toda a parte (propondo a todos os homens, sem excepção, a proposta salvadora de Deus).
O autor desta catequese assegura aos discípulos que não estão sozinhos ao longo durante a missão… Jesus, vivo e ressuscitado, está com eles, coopera com eles e manifesta-Se ao mundo nas palavras e nos gestos dos discípulos.
A festa da Ascensão de Jesus é, sobretudo, o momento em que os discípulos tomam consciência da sua missão e do seu papel no mundo. A Igreja (a comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus, animada pelo Espírito) é, essencialmente, uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens.
ACTUALIZAÇÃO
Jesus foi ao encontro do Pai, depois de uma vida gasta ao serviço do “Reino”; deixou aos seus discípulos a missão de anunciar o “Reino” e de torná-lo uma proposta capaz de renovar e de transformar o mundo. Celebrar a ascensão de Jesus significa, antes de mais, tomar consciência da missão que foi confiada aos discípulos e sentir-se responsável pela presença do “Reino” na vida dos homens. Estou consciente de que a Igreja - a comunidade dos discípulos de Jesus, a que eu pertenço também - é hoje a presença libertadora e salvadora de Jesus no meio dos homens? Como é que eu procuro testemunhar o “Reino” na minha vida de todos os dias - em casa, no trabalho ou na escola, na paróquia, na comunidade religiosa?
A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Tenho consciência de que a missão que foi confiada aos discípulos é uma missão universal? Tenho consciência de que Jesus me envia a todos os homens - sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas, sociais ou económicas - a anunciar-lhes a libertação, a salvação, a vida definitiva? Tenho consciência de que sou responsável pela vida, pela felicidade e pela liberdade de todos os meus irmãos - mesmo que eles habitem no outro lado do mundo?
Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus - a partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É claro que o mundo do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas os discípulos, formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios que hoje o mundo coloca, à luz dos ensinamentos de Jesus. Preocupo-me em conhecer bem os ensinamentos de Jesus e em aplicá-los à vida de todos os dias?
No dia em que fui baptizado, comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A minha vida tem sido coerente com esse compromisso?
É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo os valores do “Reino” (esses valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os discípulos de Jesus são objecto da irrisão e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida; com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
Jesus foi ao encontro do Pai, depois de uma vida gasta ao serviço do “Reino”; deixou aos seus discípulos a missão de anunciar o “Reino” e de torná-lo uma proposta capaz de renovar e de transformar o mundo. Celebrar a ascensão de Jesus significa, antes de mais, tomar consciência da missão que foi confiada aos discípulos e sentir-se responsável pela presença do “Reino” na vida dos homens. Estou consciente de que a Igreja - a comunidade dos discípulos de Jesus, a que eu pertenço também - é hoje a presença libertadora e salvadora de Jesus no meio dos homens? Como é que eu procuro testemunhar o “Reino” na minha vida de todos os dias - em casa, no trabalho ou na escola, na paróquia, na comunidade religiosa?
A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Tenho consciência de que a missão que foi confiada aos discípulos é uma missão universal? Tenho consciência de que Jesus me envia a todos os homens - sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas, sociais ou económicas - a anunciar-lhes a libertação, a salvação, a vida definitiva? Tenho consciência de que sou responsável pela vida, pela felicidade e pela liberdade de todos os meus irmãos - mesmo que eles habitem no outro lado do mundo?
Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus - a partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É claro que o mundo do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas os discípulos, formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios que hoje o mundo coloca, à luz dos ensinamentos de Jesus. Preocupo-me em conhecer bem os ensinamentos de Jesus e em aplicá-los à vida de todos os dias?
No dia em que fui baptizado, comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A minha vida tem sido coerente com esse compromisso?
É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo os valores do “Reino” (esses valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os discípulos de Jesus são objecto da irrisão e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida; com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
BILHETE DE EVANGELHO.
Estar com o Ressuscitado… Jesus ressuscitado apareceu aos seus Apóstolos e manifestou-Se de modo diferente, consoante a sua fé lhes permitia reconhecê-l’O.
Agora que eles O viram, escutaram e tocaram, Ele podia desaparecer aos seus olhos.
Doravante, é com os olhos da fé que O verão. Mas Cristo quer assegurar-lhes a sua presença, uma outra presença, mas real: “o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam”. Assim, os Apóstolos tornam-se “cheios de poder” e “porta-vozes” de Cristo, mas os seus actos são ao mesmo tempo actos de Cristo, as palavras que pronunciam são ao mesmo tempo palavras do seu Mestre. Ele está com eles até ao fim dos tempos. Os Apóstolos desapareceram, a Igreja permanece e o Ressuscitado está sempre com ela, trabalha connosco e confirma as nossas palavras. É necessário que também nós estejamos com Ele…
À ESCUTA DA PALAVRA.
Olhar para o céu… e partir! No livro dos Actos, Lucas diz que os Apóstolos, vendo Jesus elevar-Se à vista deles… estavam de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Se afastava. E que se apresentaram dois homens vestidos de branco, que disseram: “Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu?” Conhecemos bem esta tentação de “ficar aí”, aqui e agora. Dito de outro modo: mantermo-nos e, se possível, instalarmo-nos naquilo que temos, naquilo que somos. É mais seguro apoiarmo-nos na nossa experiência, não mudando os nossos hábitos, as nossas opiniões! Os Apóstolos passaram por isso! Eles imaginaram que a sua aventura duraria muito tempo, que poderiam instalar-se no reino que Jesus iria certamente estabelecer. Com o convite do Ressuscitado a irem pelo mundo inteiro pregar a Boa Nova, com a pergunta dos anjos, eles têm que partir, deixar os seus hábitos, o seu cantinho de terra. Que transformação! Não poderão mais parar. Devem ir até aos confins da terra.
No seguimento dos Apóstolos, os cristãos não podem instalar-se. A Igreja não pode parar nem fixar-se num momento do tempo, muito menos andar para trás. Não basta olhar para o céu para encontrar solução para os problemas. Acabou a nostalgia do passado. Os cristãos devem ser homens do seu tempo, sem medo das novidades.
Jesus lança-nos para lá das nossas rotinas, para que inventemos hoje os meios de tornar compreensível a Boa Nova, como os Apóstolos souberam fazê-lo, ao irem para além da Lei de Moisés. Os cristãos? Homens que se deixam levar pelo grande sopro do Espírito…
Fonte: Grupo Dinamizador Sacerdotes do Coração de Jesus (dehonianos)
terça-feira, 19 de maio de 2009
Maria - modelo para os cristãos
O mês de maio é dedicado a Maria. Trata-se de uma antiga tradição popular, que foi assumida pela Igreja, homenageando a pessoa da Mãe de Jesus. Ela merece dos cristãos um carinho todo especial pelo seu importante papel na história da salvação. Deus a escolheu para ser a mãe do Salva- dor, plenificou-a com sua graça, por isso proclamamos “Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco”.Para todos nós, ela é modelo de fé e de oração, de contemplação do mistério divino. É a mulher obediente à Palavra de Deus, de quem Isabel testemunhou: “Bem-aventurada a que acreditou, porque se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas”. (Lc 1, 45) É modelo de amor e doação, que se põe a caminho para servir a prima Isabel, que está a serviço e preocu- pada com os noivos nas Bodas de Caná. É a mãe terna que ampara e protege seus filhos e sempre nos aconselha para que sejamos fiéis a Jesus: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. (Jo 2, 5) O carinho do povo por Maria faz com que ela seja louvada de diferen- tes maneiras, com diversos títulos. É o cumprimento da profecia que fez em seu cântico do Magnificat: “To- das as gerações me chamarão bem- aventurada.” (Lc 1, 48) O importante é que esse amor não se reduza a devocionismos ou meras celebra- ções festivas, mas se concretize na vivência do evangelho de seu Filho Divino. A verdadeira devoção a Maria se manifesta na imitação de suas virtudes, praticando os ensina- mentos de Jesus. A verdadeira devoção, também, reconhece que Maria é importante, mas é a segunda no plano da salvação. O primeiro lugar pertence a Jesus.Ressalte-se, também, que Maria é uma mulher que viveu plenamente sua feminilidade. Muitas vezes os louvores que lhe tributamos pare- cem ofuscar esta verdade: ela é uma mulher simples, humilde, engajada na vida do povo. Mulher pobre, da periferia, que viveu a migração e a exclusão. Mãe zelosa, que cuidou de Jesus com afeto e dedicação, trocando suas fraldas, ajudando-o a dar os primeiros passos, cuidan- do de sua roupa e alimentação, ensinando as lições da vida, enfim, fazendo o mesmo que nossas mães fazem. Mulher forte aos pés da cruz e ao receber em seus braços o corpo exangue de seu Filho querido.Ela nos convida a rezar e a lou- var: “Minha alma glorifica o Senhor e exulta meu espírito em Deus meu Salvador”. (Lc 1, 46-47) Mas tam- bém nos convida a empenhar na luta pela justiça, pela construção de um mundo novo, numa clara opção pelos pobres e marginaliza- dos, os seus filhos prediletos. Pois no seu cântico nos recorda de que lado Deus e ela estão: “Derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias.” (Lc 1, 52-53) Maria é muito importante na vida de Jesus e deve ser também em nossa vida. Ela é a cristã autêntica, comprometida com o Reino de Deus, sempre dócil e obediente à vontade do Senhor. Modelo de Igre- ja, modelo para todos os cristãos. Muitos já falaram das maravilhas espirituais de Maria. É preciso, também, que lembremos suas outras dimensões. O fundamental é proclamá-la mãe de Deus, da Igreja e de toda a humanidade. Proclamá- la como imaculada, pura, santa, mas também como pessoa forte, corajosa, que assumiu plenamente seu papel de mulher e de mãe.
O mês de maio é dedicado a Maria. Trata-se de uma antiga tradição popular, que foi assumida pela Igreja, homenageando a pessoa da Mãe de Jesus. Ela merece dos cristãos um carinho todo especial pelo seu importante papel na história da salvação. Deus a escolheu para ser a mãe do Salva- dor, plenificou-a com sua graça, por isso proclamamos “Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco”.Para todos nós, ela é modelo de fé e de oração, de contemplação do mistério divino. É a mulher obediente à Palavra de Deus, de quem Isabel testemunhou: “Bem-aventurada a que acreditou, porque se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas”. (Lc 1, 45) É modelo de amor e doação, que se põe a caminho para servir a prima Isabel, que está a serviço e preocu- pada com os noivos nas Bodas de Caná. É a mãe terna que ampara e protege seus filhos e sempre nos aconselha para que sejamos fiéis a Jesus: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. (Jo 2, 5) O carinho do povo por Maria faz com que ela seja louvada de diferen- tes maneiras, com diversos títulos. É o cumprimento da profecia que fez em seu cântico do Magnificat: “To- das as gerações me chamarão bem- aventurada.” (Lc 1, 48) O importante é que esse amor não se reduza a devocionismos ou meras celebra- ções festivas, mas se concretize na vivência do evangelho de seu Filho Divino. A verdadeira devoção a Maria se manifesta na imitação de suas virtudes, praticando os ensina- mentos de Jesus. A verdadeira devoção, também, reconhece que Maria é importante, mas é a segunda no plano da salvação. O primeiro lugar pertence a Jesus.Ressalte-se, também, que Maria é uma mulher que viveu plenamente sua feminilidade. Muitas vezes os louvores que lhe tributamos pare- cem ofuscar esta verdade: ela é uma mulher simples, humilde, engajada na vida do povo. Mulher pobre, da periferia, que viveu a migração e a exclusão. Mãe zelosa, que cuidou de Jesus com afeto e dedicação, trocando suas fraldas, ajudando-o a dar os primeiros passos, cuidan- do de sua roupa e alimentação, ensinando as lições da vida, enfim, fazendo o mesmo que nossas mães fazem. Mulher forte aos pés da cruz e ao receber em seus braços o corpo exangue de seu Filho querido.Ela nos convida a rezar e a lou- var: “Minha alma glorifica o Senhor e exulta meu espírito em Deus meu Salvador”. (Lc 1, 46-47) Mas tam- bém nos convida a empenhar na luta pela justiça, pela construção de um mundo novo, numa clara opção pelos pobres e marginaliza- dos, os seus filhos prediletos. Pois no seu cântico nos recorda de que lado Deus e ela estão: “Derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias.” (Lc 1, 52-53) Maria é muito importante na vida de Jesus e deve ser também em nossa vida. Ela é a cristã autêntica, comprometida com o Reino de Deus, sempre dócil e obediente à vontade do Senhor. Modelo de Igre- ja, modelo para todos os cristãos. Muitos já falaram das maravilhas espirituais de Maria. É preciso, também, que lembremos suas outras dimensões. O fundamental é proclamá-la mãe de Deus, da Igreja e de toda a humanidade. Proclamá- la como imaculada, pura, santa, mas também como pessoa forte, corajosa, que assumiu plenamente seu papel de mulher e de mãe.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
pensamentos achados...
"Quem aceita passivamente o mal, está misturado com ele. Quem aceita o mal sem protestar, realmente está cooperando com ele. Quando o oprimido aceita de bom grado sua opressão, contribui para que o opressor justifique seus atos."
MARTIN LUTHER KING
quinta-feira, 14 de maio de 2009
FESTA DE SÃO MATIAS, APÓSTOLO
Jo 15, 9-17
Todos nós somos chamados ao apostolado, a participar da missão da Igreja segundo a nossa condição pessoal, a estarmos a serviço do Reino. Mas a forma como nós nos dispomos a esse serviço é muito importante. Muitos são servos, simplesmente desempenham aquilo que lhes foi confiado em vista de algum interesse e pronto. Outros são amigos, pois procuram assumir o projeto do amigo, trabalham na gratuidade e estão preocupados com o resultado do trabalho. Assim, no trabalho evangelizador, Jesus não quer que sejamos servos, simplesmente tarefeiros, mas amigos, participantes por amor do seu projeto
Jo 15, 9-17
Todos nós somos chamados ao apostolado, a participar da missão da Igreja segundo a nossa condição pessoal, a estarmos a serviço do Reino. Mas a forma como nós nos dispomos a esse serviço é muito importante. Muitos são servos, simplesmente desempenham aquilo que lhes foi confiado em vista de algum interesse e pronto. Outros são amigos, pois procuram assumir o projeto do amigo, trabalham na gratuidade e estão preocupados com o resultado do trabalho. Assim, no trabalho evangelizador, Jesus não quer que sejamos servos, simplesmente tarefeiros, mas amigos, participantes por amor do seu projeto
terça-feira, 12 de maio de 2009
Ditos de sabedoria
Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja (354-430)
"Quem ama a liberdade e deseja estar livre do amor das coisas passageiras, aquele a quem apetece reinar, que fique unido e submisso a Deus, o único Senhor de todas as coisas, amando-o mais do que a si mesmo.
"Essa é a perfeita justiça - a que nos leva a amar mais o que vale mais, e amar menos o que vale menos.
"Que uma alma sábia e perfeita seja amada tal como nós a vemos. Uma alma insensata - não como nós a vemos - mas pela capacidade que possui de perfeição e sabedoria. Nem a nós mesmos devemos nos amar como se fôssemos uns incapazes. Pois quem se ama como incapaz nào progride na sabedoria. Ninguém há de se tornar o que aspira a ser, se não lhe aborrecer ser o que é presentemente."
(De vera religione, 48, 93)
"Quem ama a liberdade e deseja estar livre do amor das coisas passageiras, aquele a quem apetece reinar, que fique unido e submisso a Deus, o único Senhor de todas as coisas, amando-o mais do que a si mesmo.
"Essa é a perfeita justiça - a que nos leva a amar mais o que vale mais, e amar menos o que vale menos.
"Que uma alma sábia e perfeita seja amada tal como nós a vemos. Uma alma insensata - não como nós a vemos - mas pela capacidade que possui de perfeição e sabedoria. Nem a nós mesmos devemos nos amar como se fôssemos uns incapazes. Pois quem se ama como incapaz nào progride na sabedoria. Ninguém há de se tornar o que aspira a ser, se não lhe aborrecer ser o que é presentemente."
(De vera religione, 48, 93)
sábado, 9 de maio de 2009
O Papa Bento XVI ... nas raízes da fé
O percurso de Bento XVI na Terra Santa é uma viagem às raízes da fé para regressar aos caminhos de Deus. E não de um deus qualquer, mas d'Aquele que,tendo-se manifestado demuitos modos a Abraão, aos
patriarcas,a Moisés e aos profetas,se fez homemem Jesus de Nazaré,o Messias morto e ressuscitado. Por tanto a viagem Semelhante à de milhões de pessoas que, muitas vezes enfrentando canseiras e dificuldades,a empreenderam ao longo dos milénios. Para subir a Jerusalém, a cidade santa, recitando os salmos chamados das
ascensões, segundo o costume que remont a pelo menos a vinte e cinco séculos do povo da aliança, que permaneceu fiel não obstante as dispersões e perseguições.
Um itinerário repetido por José, por Maria e por Jesus. Depois pelos apóstolos e pelos seguidores do Rabi crucificado.
Agora,Bento XVI volta à Jordânia, a Israel e aos Territórios Palestinianos para celebrar a fé e para confirmar a amizade da Igreja de Roma em relação a todos: dos crentes muçulmanos com os quais é possível um caminho comum ao povo judaico e aos cristãos de todas as confissões.
Uma viagem cuja intenção política é apenas a de contribuir para uma paz que deve traduzir-se em justiça e segurança para todos.
patriarcas,a Moisés e aos profetas,se fez homemem Jesus de Nazaré,o Messias morto e ressuscitado. Por tanto a viagem Semelhante à de milhões de pessoas que, muitas vezes enfrentando canseiras e dificuldades,a empreenderam ao longo dos milénios. Para subir a Jerusalém, a cidade santa, recitando os salmos chamados das
ascensões, segundo o costume que remont a pelo menos a vinte e cinco séculos do povo da aliança, que permaneceu fiel não obstante as dispersões e perseguições.
Um itinerário repetido por José, por Maria e por Jesus. Depois pelos apóstolos e pelos seguidores do Rabi crucificado.
Agora,Bento XVI volta à Jordânia, a Israel e aos Territórios Palestinianos para celebrar a fé e para confirmar a amizade da Igreja de Roma em relação a todos: dos crentes muçulmanos com os quais é possível um caminho comum ao povo judaico e aos cristãos de todas as confissões.
Uma viagem cuja intenção política é apenas a de contribuir para uma paz que deve traduzir-se em justiça e segurança para todos.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
REFLEXÕES PARA O 5 DOMINGO DA PÁSCOA
Textos tomados do site: presbíteros
A liturgia do 5º Domingo da Páscoa convida-nos a refletir sobre a nossa união a Cristo; e diz-nos que só unidos a Cristo temos acesso à vida verdadeira.
O Evangelho apresenta Jesus como “a verdadeira videira” que dá os frutos bons que Deus espera. Convida os discípulos a permanecerem unidos a Cristo, pois é d’Ele que eles recebem a vida plena. Se permanecerem em Cristo, os discípulos serão verdadeiras testemunhas no meio dos homens da vida e do amor de Deus.
A primeira leitura (Act 9,26-31) diz-nos que o cristão é membro de um corpo - o Corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo em conjunto o caminho do amor. É no diálogo e na partilha com os irmãos que a nossa fé nasce, cresce e amadurece e é na comunidade, unida por laços de amor e de fraternidade, que a nossa vocação se realiza plenamente.
A segunda leitura define o ser cristão como “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. São esses os “frutos” que Deus espera de todos aqueles que estão unidos a Cristo, a “verdadeira videira”. Se praticarmos as obras do amor, temos a certeza de que estamos unidos a Cristo e que a vida de Cristo circula em nós.
I. LEITURA
Naqueles dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos os temiam, por não acreditarem que fosse discípulo. Então, Barnabé tomou-o consigo, levou-o aos Apóstolos e contou-lhes como Saulo, no caminho, tinha visto o Senhor, que lhe tinha falado, e como em Damasco tinha pregado com firmeza em nome de Jesus. A partir desse dia, Saulo ficou com eles em Jerusalém e falava com firmeza no nome do Senhor. Conversava e discutia também com os helenistas, mas estes procuravam dar-lhe a morte. Ao saberem disto, os irmãos levaram-no para Cesareia e fizeram-no seguir para Tarso. Entretanto, a Igreja gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e vivendo no temor do Senhor e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo.
AMBIENTE
A seção de Act 9,1-31 é dedicada a um acontecimento muito importante na história do cristianismo: a vocação/conversão de Paulo. Tal facto é o ponto de partida para o caminho que o cristianismo vai percorrer, desde os limites geográficos do mundo judaico, até ao coração do mundo greco-romano.
A primeira parte da secção (cf. Act 9,1-9) apresenta os acontecimentos do “caminho de Damasco” e o decisivo encontro de Paulo com Jesus ressuscitado;
a segunda (cf. Act 9,10-19a) descreve o encontro de Paulo com a comunidade cristã de Damasco;
a terceira (cf. Act 9,19b-25) fala da actividade apostólica de Paulo em Damasco; e, finalmente,
a quarta (cf. Act 9,26-30) mostra a forma como Paulo, depois de deixar Damasco, foi recebido pelos cristãos de Jerusalém.
A maior parte dos autores pensa que a conversão de Paulo aconteceu por volta do ano 36. Depois da sua conversão, Paulo ficou três anos em Damasco, colaborando com a comunidade cristã dessa cidade. Após esse tempo, a oposição dos judeus forçou Paulo a abandonar a cidade. Uma vez que as portas da cidade estavam guardadas, os cristãos desceram Paulo pelas muralhas abaixo, dentro de um cesto (cf. Act 9,23-25). Depois, Paulo dirigiu-se para Jerusalém. A chegada de Paulo a Jerusalém deve ter acontecido por volta do ano 39 (cf. Gal 1,18).
O texto que nos é proposto é a quarta parte desta secção dedicada a Paulo e refere-se à estadia de Paulo em Jerusalém, depois de ter abandonado Damasco (inclui, além disso, num versículo final, um breve sumário da vida da Igreja: é um dos tantos sumários típicos de Lucas, através dos quais ele faz um balanço da situação e prepara os temas que vai tratar nas secções seguintes).
MENSAGEM
A narração de Lucas mistura elementos de carácter histórico com outros elementos de carácter teológico. Para simplificar a apresentação, vamos apontar as coordenadas principais da catequese apresentada por Lucas em vários pontos:
1. A desconfiança da comunidade cristã de Jerusalém em relação a Paulo (”todos o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo” - vers. 26) é um dado verosímil e que é, muito provavelmente, histórico. Mostra-nos o quadro de uma comunidade cristã que tem alguma dificuldade em lidar com o risco, que antes quer esconder-se atrás de procedimentos prudentes e perder oportunidades, do que aceitar os desafios de Deus. No entanto, como o exemplo de Paulo comprova, a capacidade para correr riscos e para acolher a novidade de Deus é, muitas vezes, uma fonte de enriquecimento para a comunidade.
2. O esforço de Paulo em integrar-se (”chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos” - vers. 26) mostra a importância que ele dava ao viver em comunidade, à partilha da fé com os irmãos. O cristianismo não é apenas um encontro pessoal com Jesus Cristo; mas é também uma experiência de partilha da fé e do amor com os irmãos que aderiram ao mesmo projecto e que são membros da grande família de Jesus. É só no diálogo e na partilha comunitária que a experiência da fé faz sentido.
3. O papel de Barnabé na integração de Paulo é muito significativo: ele não só acredita em Paulo, como consegue que o resto da comunidade cristã o aceite (vers. 27a). Mostra-nos o papel que cada cristão pode ter na integração comunitária dos irmãos; e mostra, sobretudo, que é tarefa de cada crente questionar a sua comunidade e ajudála a descobrir os desafios de Deus.
4. Outro elemento sublinhado por Lucas é o entusiasmo com que Paulo dá testemunho de Jesus e a coragem com que ele enfrenta as dificuldades e oposições (vers. 27b-28). Trata-se, aliás, de uma atitude que vai caracterizar toda a vida apostólica de Paulo. O apóstolo está consciente de que foi chamado por Jesus, que recebeu de Jesus a missão de anunciar a salvação a todos os homens; por isso, nada nem ninguém será capaz de arrefecer o seu zelo no anúncio do Evangelho.
5. A pregação cristã suscita, naturalmente, o conflito com os poderes de morte e de opressão, interessados em perpetuar os mecanismos de escravidão. A fidelidade ao Evangelho e a Jesus provoca sempre a oposição do mundo (vers. 29). O caminho do discípulo de Jesus é sempre um caminho marcado pela cruz (não é, no entanto, um caminho de morte, mas de vida).
6. O sumário final (vers. 31) recorda um elemento que está sempre presente no horizonte da catequese de Lucas: é o Espírito Santo que conduz a Igreja na sua marcha pela história. É o Espírito que lhe dá estabilidade (”como um edifício”), que lhe alimenta o dinamismo (”caminhava no temor do Senhor”) e que a faz crescer (”ia aumentando”). A certeza da presença e da assistência do Espírito Santo deve fundamentar a nossa esperança.
ACTUALIZAÇÃO
O cristão não é um ser isolado, mas uma pessoa que é membro de um corpo - o corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo em conjunto o caminho do amor. Por isso, a vivência da fé é sempre uma experiência comunitária. É no diálogo e na partilha com os irmãos que a nossa fé nasce, cresce e amadurece e é na comunidade, unida por laços de amor e de fraternidade, que a nossa vocação se realiza plenamente. A comunidade, contudo, é constituída por pessoas, vivendo numa situação de fragilidade e de debilidade… Por isso, a experiência de caminhada em comunidade pode ser marcada por tensões, por conflitos, por divergências; mas essa experiência não pode servir de pretexto para abandonar a comunidade e para passar a agir isoladamente.
A dificuldade da comunidade de Jerusalém em acolher Paulo (e que é compreensível, do ponto de vista humano) pode fazer-nos pensar nesses esquemas de fechamento, de preconceito, de instalação, que às vezes caracterizam a vida das nossas comunidades cristãs e que as impedem de acolher os desafios de Deus. Uma comunidade fechada, com medo de arriscar, é uma comunidade instalada no comodismo e na mediocridade, com dificuldade em responder aos desafios proféticos e em descobrir os caminhos nos quais Deus se revela. Há, neste texto, um convite a abrirmos permanentemente o nosso coração e a nossa mente à novidade de Deus. Como é a nossa comunidade? É uma comunidade fechada, instalada, cheia de preconceitos, criadora de exclusão, ou é uma comunidade aberta, fraterna, solidária, disposta a acolher?
Barnabé é o homem que questiona os preconceitos e o fechamento da comunidade, convidando-a a ser mais fraterna, mais acolhedora, mais “cristã”. Faz-nos pensar no papel que Deus reserva a cada um de nós, no sentido de ajudarmos a nossa comunidade a crescer, a sair de si própria, a viver com mais coerência o seu compromisso com Jesus Cristo e com o Evangelho. Nenhum membro da comunidade é detentor de verdades absolutas; mas todos os membros da comunidade devem sentir-se responsáveis para que a comunidade dê, no meio do mundo, um verdadeiro testemunho de Jesus e do seu projecto de salvação.
O encontro com Jesus ressuscitado no “caminho de Damasco” constituiu, para Paulo, um momento decisivo. A partir desse encontro, Paulo tornou-se o arauto entusiasta e imparável do projecto libertador de Jesus. A perseguição dos judeus, a oposição das autoridades, a indiferença dos não crentes, a incompreensão dos irmãos na fé, os perigos dos caminhos, as incomodidades das viagens, não conseguiram desencorajá-lo e desarmar o seu testemunho. O exemplo de Paulo recorda-nos que ser cristão é dar testemunho de Jesus e do Evangelho. A experiência que fazemos de Jesus e do seu projecto libertador não pode ser calada ou guardada apenas para nós; mas tem de se tornar um anúncio libertador que, através de nós, chega a todos os nossos irmãos.
A Igreja é uma comunidade formada por homens e mulheres e, portanto, marcada pela debilidade e fragilidade; mas é, sobretudo, uma comunidade que marcha pela história assistida, animada e conduzida pelo Espírito Santo. O “caminho” que percorremos como Igreja pode ter avanços e recuos, infidelidades e vicissitudes várias; mas é um caminho que conduz a Deus, à realização plena do homem, à vida definitiva. A presença do Espírito dirigindo a caminhada dá-nos essa garantia.
LEITURA II - 1 Jo 3,18-24
Meus filhos, não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e em verdade.
Deste modo saberemos que somos da verdade e tranquilizaremos o nosso coração diante de Deus; porque, se o nosso coração nos acusar, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. Caríssimos, se o coração não nos acusa, tenhamos confiança diante de Deus e receberemos d’Ele tudo o que Lhe pedirmos, porque cumprimos os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável.
É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele.
E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu.
AMBIENTE
Já vimos, nos domingos anteriores, que a Primeira Carta de João é um escrito polémico surgido nas Igrejas joânicas da Ásia Menor, destinado a intervir na controvérsia levantada por certas seitas heréticas pré-gnósticas a propósito de pontos fundamentais da teologia cristã (nomeadamente, a propósito da encarnação de Cristo e de alguns elementos essenciais da moral cristã). Nesse contexto, o autor da Carta procura fornecer aos cristãos (algo confusos diante das proposições heréticas) uma espécie de síntese da vida cristã autêntica.
Uma questão essencial abordada na Primeira Carta de João é a questão do amor ao próximo. Os hereges pré-gnósticos, cujas doutrinas este escrito denuncia, afirmavam que o essencial da fé residia na vida de comunhão com Deus; mas, ocupados a olhar para o céu, negligenciavam o amor ao próximo (cf. 1 Jo 2,9). A sua experiência religiosa era uma experiência voltada para o céu, mas alienada das realidades do mundo. Ora, de acordo com o autor da Primeira Carta de João, o amor ao próximo é uma exigência central da experiência cristã. A essência de Deus é amor; e ninguém pode dizer que está em comunhão com Ele se não se deixou contagiar e embeber pelo amor.
Jesus demonstrou isso mesmo ao amar os homens até ao extremo de dar a vida por eles, na cruz; e exigiu que os seus discípulos O seguissem no caminho do amor e do dom da vida aos irmãos (cf. 1 Jo 3,16). Em última análise, é o amor aos irmãos que decide o acesso à vida: só quem ama alcança a vida verdadeira e eterna (cf. 1 Jo 3,13-15). A realização plena do homem depende da sua capacidade de amar os irmãos.
MENSAGEM
No versículo que antecede o texto que nos é hoje proposto como segunda leitura (um versículo que a liturgia deste domingo não apresenta), o autor da Carta coloca aos crentes uma questão muito concreta: “se alguém possuir bens deste mundo e, vendo o seu irmão com necessidade, lhe fechar o seu coração, como é que o amor de Deus pode permanecer nele?” (1 Jo 3,17). E, logo de seguida, o nosso “catequista” conclui (e é aqui que começa o nosso texto): o amor aos irmãos não é algo que se manifesta em declarações solenes de boas intenções, mas em gestos concretos de partilha e de serviço. É com atitudes concretas em favor dos irmãos que se revela a autenticidade da vivência cristã e se dá testemunho do projecto salvador de Deus (vers. 18).
Quando, efectivamente, deixamos que o amor conduza a nossa vida, podemos estar seguros de que estamos no caminho da verdade; quando temos o coração aberto ao amor, ao serviço e à partilha, podemos estar tranquilos porque estamos em comunhão com Deus. Na verdade, a nossa consciência pode acusar-nos dos erros passados e reprovar algumas das nossas opções; mas, se amarmos, sabemos que estamos perto de Deus, pois Deus é amor (vers. 19). O amor autêntico liberta-nos de todas as dúvidas e inquietações, pois dá-nos a certeza de que estamos no caminho de Deus; e se Deus “é maior do que o nosso coração e conhece tudo” (vers. 20), nada temos a recear. Viver no amor é viver em Deus e estar entregue à bondade e à misericórdia de Deus.
Com a consciência em paz, e sabendo que Deus nos aceita e nos ama (porque nós aceitamos o amor e vivemos no amor), podemos dirigir-Lhe a nossa oração com a certeza de que Ele nos escuta. Deus atende a oração daquele que cumpre os seus mandamentos (vers. 21-22).
Os dois versículos finais apenas recapitulam e resumem tudo o que atrás ficou dito… A exigência fundamental do caminho cristão é “acreditar em Jesus” e amar os irmãos (vers. 23). “Acreditar” deve ser aqui entendido no sentido de aderir à sua proposta e segui-l’O; ora, seguir Jesus é fazer da vida um dom total de amor aos irmãos.
“Acreditar em Jesus” e cumprir o mandamento do amor são a mesma e única questão.
Quem guarda os mandamentos (especialmente o mandamento do amor, que tudo resume) vive em comunhão com Deus e já possui algo da natureza divina (o Espírito). É o Espírito de Deus que dá ao crente a possibilidade de produzir obras de amor (vers. 24).
ACTUALIZAÇÃO
Na perspectiva do autor do texto que nos é hoje proposto como segunda leitura, ser cristão é “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. Jesus “passou pelo mundo fazendo o bem” (Act 10,38), testemunhou o amor de Deus aos pobres e excluídos, foi ao encontro dos pecadores e sentou-Se à mesa com eles (cf. Lc 5,29-30; 19,5-7), lavou os pés aos discípulos (cf. Jo 13,1 17), assegurou a todos que “o Filho do Homem não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida” (Mt 20,28), deixou-Se matar para nos ensinar o amor total, morreu na cruz pedindo ao Pai perdão para os seus assassinos (cf. Lc 23,34)… Quem adere a Jesus e à sua proposta de vida, não pode escolher um outro caminho; o caminho do cristão só pode ser o caminho do amor total, do dom da própria vida, do serviço simples e humilde aos irmãos ao jeito de Jesus. O amor aos irmãos é o distintivo dos seguidores de Jesus.
O autor da Carta observa ainda que o amor não se vive com “conversa fiada”, mas com acções concretas em favor dos irmãos. Não chega condenar a guerra, mas é preciso ser construtor da paz; não chega fazer discursos sobre justiça social, mas é preciso realizar gestos autênticos de partilha; não chega assinar petições para defender os direitos dos explorados, mas é preciso lutar objectivamente contra as leis e sistemas que geram exploração; não chega fazer discursos contra as leis que restringem a imigração, mas é preciso acolher os irmãos estrangeiros que vêm ao nosso encontro à procura de uma vida melhor; não chega dizer mal de toda a gente que trabalha na nossa paróquia, mas é preciso um empenho sério na construção de uma comunidade cristã que dê cada vez mais testemunho do amor de Jesus…
Às vezes sentimo-nos frágeis e pecadores e, apesar do nosso esforço e da nossa vontade em acertar, sentimo-nos indignos e longe de Deus. Como é que sabemos se estamos no caminho certo? Qual é o critério para avaliarmos a força da nossa relação e da nossa proximidade com Deus? A vida de uma árvore vê-se pelos frutos… Se realizamos obras de amor, se os nossos gestos de bondade e de solidariedade transmitem alegria e esperança, se a nossa acção torna o mundo um pouco melhor, é porque estamos em comunhão com Deus e a vida de Deus circula em nós. Se a vida de Deus está em nós, ela manifesta-se, inevitavelmente, nos nossos gestos.
Muitas vezes somos testemunhas de espantosos gestos proféticos realizados por pessoas que fizeram opções religiosas diferentes das nossas ou até por parte de pessoas que assumem uma aparente atitude de indiferença face a Deus… No entanto, não tenhamos dúvidas: onde há amor, aí está Deus. O Espírito de Deus está presente até fora das fronteiras da Igreja e actua no coração de todos os homens de boa vontade. De resto, certos testemunhos de amor e de solidariedade que vemos surgir nos mais variados quadrantes constituem uma poderosa interpelação aos crentes, convidando-os a uma maior fidelidade a Jesus e ao seu projecto.
EVANGELHO - Jo 15,1-8
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós.
Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos.
Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará.
Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto.
Então vos tornareis meus discípulos».
AMBIENTE
O Evangelho do 5º domingo da Páscoa situa-nos em Jerusalém, numa noite de quintafeira, um dia antes da festa da Páscoa do ano 30. Jesus está reunido com os seus discípulos à volta de uma mesa, numa ceia de despedida. Ele está consciente de que os dirigentes judaicos decidiram dar-Lhe a morte e que a cruz está no seu horizonte próximo.
Os gestos e as palavras de Jesus, neste contexto, representam as suas últimas indicações, o seu “testamento”. Os discípulos recebem aqui as coordenadas para poderem continuar no mundo a missão de Jesus. Nasce, assim, a comunidade da Nova Aliança, alicerçada no serviço (cf. Jo 13,1-17) e no amor (cf. Jo 13,33-35), que pratica as obras de Jesus animada pelo Espírito Santo (cf. Jo 14,15-26). O “discurso de despedida” de Jesus vai de 13,1 a 17,26.
O texto que a liturgia deste domingo nos propõe apresenta-nos uma instrução de Jesus sobre a identidade e a situação da comunidade dos discípulos no meio do mundo.
MENSAGEM
Para definir a situação dos discípulos face a Jesus e face ao mundo, Jesus usa a sugestiva metáfora da videira, dos ramos e dos frutos… É uma imagem com profundas conotações vétero-testamentárias e com um significado especial no universo religioso judaico.
No Antigo Testamento (e de forma especial na mensagem profética), a “videira” e a “vinha” eram símbolos do Povo de Deus. Israel era apresentado como uma “videira” que Jahwéh arrancou do Egipto, que transplantou para a Terra Prometida e da qual cuidou sempre com amor (cf. Sal 80,9.15); era também apresentado como “a vinha”, que Deus plantou com cepas escolhidas, que Ele cuidou e da qual esperava frutos abundantes, mas que só produziu frutos amargos e impróprios (cf. Is 5,1.7; Jer 2,21; Ez 17,5-10; 19,10-12; Os 10,1). A antiga “videira” ou “vinha” de Jahwéh revelou-se como uma verdadeira desilusão. Israel nunca produziu os frutos que Deus esperava.
Agora, Jesus apresenta-Se como a verdadeira “videira” plantada por Deus (vers. 1). É Jesus que irá produzir os frutos que Deus espera. E, de Jesus, a verdadeira “videira”, irá nascer um novo Povo de Deus. Hoje, como ontem, Deus continua a ser o agricultor que escolhe as cepas, que as planta e que cuida da sua vinha.
Qual é o lugar e o papel dos discípulos de Jesus, neste contexto? Os discípulos são os “ramos” que estão unidos à “videira” (Jesus) e que dela recebem vida. Estes “ramos”, no entanto, não têm vida própria e não podem produzir frutos por si próprios; necessitam da seiva que lhes é comunicada por Jesus. Por isso, são convidados a permanecer em Jesus (vers. 4). O verbo permanecer (”ménô”) é a palavra-chave do nosso texto (do vers. 4 ao vers. 8, aparece sete vezes). Expressa a confirmação ou renovação de uma atitude já anteriormente assumida. Supõe que o discípulo tenha já aderido anteriormente a Jesus e que essa adesão adquira agora estatuto de solidez, de estabilidade, de constância, de continuidade. É um convite a que o discípulo mantenha a sua adesão a Jesus, a sua identificação com Ele, a sua comunhão com ele… Se o discípulo mantiver a sua adesão, Jesus, por sua vez, permanece no discípulo - isto é, continuará fielmente a oferecer ao discípulo a sua vida.
O que é, para o discípulo, estar unido a Jesus? Em Jo 6,56 Jesus avisou: “Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele”… A “carne” de Jesus é a sua vida; o “sangue” de Jesus é a sua entrega por amor até à morte; assim, “comer a carne e beber o sangue” de Jesus é assimilar a existência de Jesus, feita serviço e entrega por amor, até ao dom total de si mesmo.
Está unido a Jesus e permanece n’Ele quem acolhe no coração essa proposta de vida e se compromete com uma existência feita entrega a Deus e aos irmãos, até à doação completa da vida por amor. A união com Jesus não é, no entanto, algo automático, que de forma automática atingiu o homem e que foi adquirida de uma vez e para sempre; mas é algo que depende da decisão livre e consciente do discípulo - uma decisão que tem de ser, aliás, continuamente renovada (vers. 4).
Para os discípulos (”os ramos”), interromper a relação com Jesus significa cortar a relação com a fonte de vida e condenar-se à esterilidade. Quem se recusa a acolher essa vida que Jesus propõe e prefere conduzir a sua existência por caminhos de egoísmo, de auto-suficiência, de fechamento, é um ramo seco que não responde à vida que recebe da “videira”. Não produz frutos de amor, mas frutos de morte.
Ora, a comunidade de Jesus (os “ramos”) não pode condenar-se à esterilidade. A sua missão é dar frutos. Por isso, o “agricultor” (Deus) actua no sentido de que o “ramo” (o discípulo) se identifique cada vez mais com a “videira” (Jesus Cristo) e produza frutos de amor, de doação, de serviço, de libertação dos irmãos. A acção de Deus vai no sentido de “limpar” o “ramo” a fim de que ele dê mais fruto. “Limpar” significa chamá-lo a um processo de conversão contínua que o leve a recusar caminhos de egoísmo e de fechamento, para se abrir ao amor. Dito de outra forma: a limpeza dos “ramos” faz-se através de uma adesão cada vez mais fiel a Jesus e à sua proposta de amor (vers. 2b). Os discípulos de Jesus estão “limpos” (vers. 3), pois aderiram a Jesus, são a cada instante confrontados com a sua proposta de vida e respondem positivamente ao desafio que lhes é feito.
Se, apesar do esforço de Deus e do seu contínuo chamamento à conversão, o “ramo” se obstina em não produzir frutos condizentes com a vida que lhe é comunicada, ficará à margem da comunidade de Jesus, da comunidade da salvação. É um “ramo” que não pertence a essa “videira” (vers. 2a).
ACTUALIZAÇÃO
Jesus é “a verdadeira videira”, de onde brotam os frutos da justiça, do amor, da verdade e da paz; é n’Ele e nas suas propostas que os homens podem encontrar a vida verdadeira. Muitas vezes os homens, seguindo lógicas humanas, buscam a verdadeira vida noutras “árvores”; mas, com frequência, essas “árvores” só produzem insatisfação, frustração, egoísmo e morte… João garante-nos: na nossa busca de uma vida com sentido, é para Cristo que devemos olhar. Temos consciência de que é em Cristo que podemos encontrar uma proposta de vida autêntica? Ele é, para nós, a verdadeira “árvore da vida”, ou preferimos trilhar caminhos de auto-suficiência e colocamos a nossa confiança e a nossa esperança noutras “árvores”?
Hoje, Jesus, “a verdadeira videira”, continua a oferecer ao mundo e aos homens os seus frutos; e fá-lo através dos seus discípulos. A missão da comunidade de Jesus, que hoje caminha pela história, é produzir esses mesmos frutos de justiça, de amor, de verdade e de paz que Jesus produziu. Trata-se de uma tremenda responsabilidade que nos é confiada, a nós, os seguidores de Jesus. Jesus não criou um gueto fechado onde os seus discípulos podem viver tranquilamente sem “incomodarem” os outros homens; mas criou uma comunidade viva e dinâmica, que tem como missão testemunhar em gestos concretos o amor e a salvação de Deus. Se os nossos gestos não derramam amor sobre os irmãos que caminham ao nosso lado, se não lutamos pela justiça, pelos direitos e pela dignidade dos outros homens e mulheres, se não construímos a paz e não somos arautos da reconciliação, se não defendemos a verdade, estamos a trair Jesus e a missão que Ele nos confiou. A vida de Jesus tem de transparecer nos nossos gestos e, a partir de nós, atingir o mundo e os homens.
No entanto, o discípulo só pode produzir bons frutos se permanecer unido a Jesus. No dia do nosso Baptismo, optámos por Jesus e assumimos o compromisso de O seguir no caminho do amor e da entrega; quando celebramos a Eucaristia, acolhemos e assimilamos a vida de Jesus - vida partilhada com os homens, feita entrega e doação total por amor, até à morte. O cristão tem em Jesus a sua referência, identifica-se com Ele, vive em comunhão com Ele, segue-O a cada instante no amor a Deus e na entrega aos irmãos. O cristão vive de Cristo, vive com Cristo e vive para Cristo.
O que é que pode interromper a nossa união com Cristo e tornar-nos ramos secos e estéreis? Tudo aquilo que nos impede de responder positivamente ao desafio de Jesus no sentido do O seguir provoca em nós esterilidade e privação de vida… Quando conduzimos a nossa vida por caminhos de egoísmo, de ódio, de injustiça, estamos a dizer não a Jesus e a renunciar a essa vida verdadeira que Ele nos oferece; quando nos fechamos em esquemas de auto-suficiência, de comodismo e de instalação, estamos a recusar o convite de Jesus e a cortar a nossa relação com a vida plena que Jesus oferece; quando para nós o dinheiro, o êxito, a moda, o poder, os aplausos, o orgulho, o amor próprio, são mais importantes do que os valores de Jesus, estamos a secar essa corrente de vida eterna que deveria correr entre Jesus e nós… Para que não nos tornemos “ramos” secos, é preciso renovarmos cada dia o nosso “sim” a Jesus e às suas propostas.
A comunidade cristã é o lugar privilegiado para o encontro com Cristo, “a verdadeira videira” da qual somos os “ramos”. É no âmbito da comunidade que celebramos e experimentamos - no Baptismo, na Eucaristia, na Reconciliação - a vida nova que brota de Cristo. A comunidade cristã é o Corpo de Cristo; e um membro amputado do Corpo é um membro condenado à morte… Por vezes, a comunidade cristã, com as suas misérias, fragilidades e incompreensões, decepciona-nos e magoa-nos; por vezes sentimos que a comunidade segue caminhos onde não nos revemos… Sentimos, então, a tentação de nos afastarmos e de vivermos a nossa relação com Cristo à margem da comunidade. Contudo, não é possível continuar unido a Cristo e a receber vida de Cristo, em ruptura com os nossos irmãos na fé.
O que são os “ramos secos”? São, evidentemente, aqueles discípulos que um dia se comprometeram com Cristo, mas depois desistiram de O seguir… Mas os “ramos secos” podem também ser aquelas pequenas misérias e fragilidades que existem na vida de cada um de nós. Atenção: é preciso “limpar” esses pequenos obstáculos que impedem que a vida de Cristo circule abundantemente em nós. Chama-se a isso “conversão”.
Como podemos “limpar” os “ramos secos”? Fundamentalmente, confrontando a nossa vida com Jesus e com a sua Palavra. Precisamos de escutar a Palavra de Jesus, de a meditar, de confrontar a nossa vida com ela… Então, por contraste, vão tornar-se nítidas as nossas opções erradas, os valores falsos e essas mil e uma pequenas infidelidades que nos impedem de ter acesso pleno à vida que Jesus oferece.
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 5º DOMINGO DE PÁSCOA
1. BILHETE DE EVANGELHO.
Como seriam as nossas relações humanas se em cada um dos nossos encontros exclamássemos: “eu não faço senão passar” sem permanecer? Como seria a nossa relação com Deus se na nossa oração não fizéssemos senão passar, sem permanecer? Algumas horas antes da sua morte, Jesus emprega várias vezes o verbo “permanecer”, “morar”. Não esqueçamos que, pela sua incarnação, Ele veio morar no meio dos homens, escutando-os, olhando-os, caminhando diante ou no meio deles, parando para fazer milagres. Ele permaneceu com o seu Pai, rezando-Lhe e fazendo a sua vontade até ao fim. Ele pode, então, pedir-nos para permanecer n’Ele, pondo em prática o seu mandamento do amor e rezando. É uma questão de vida ou de morte, porque, não o esqueçamos, “sem Ele nada podemos fazer”.
2. À ESCUTA DA PALAVRA.
“Eu sou a vinha e meu Pai o vinhateiro”. Eis outra imagem muito presente no Antigo Testamento. Desta parábola, retivemos muitas vezes as palavras “ameaçadoras”: “Os ramos secos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem”. Mas isso é para quem “não permanece em Jesus”. É o verbo “permanecer” que é o mais importante. Ele aparece mais de dez vezes neste capítulo de João. Trata-se, antes de mais, de “estar com” o Senhor, porque Ele, o primeiro, é “Emanuel - Deus connosco”. Esta presença não é fugitiva. Inscreve-se na duração, na fidelidade. Quando Deus se une à humanidade no seu Filho feito homem, é para sempre. A Ressurreição de Jesus é garante de que este “estar com os homens” não acabará jamais. Se aceitamos permanecer com Jesus, Ele introduz-nos na sua intimidade. Segundo a imagem dos sarmentos, Ele faz correr em nós a seiva da sua própria vida. Então podemos dar frutos que terão o sabor de Jesus. Isso cumpre-se de modo pleno na Eucaristia. Jesus alimenta-nos com o seu corpo e o seu sangue de Ressuscitado. Ele coloca em nós o poder da sua Vida. Esta passa pelo pão e pelo vinho, que vão vivificar cada célula do nosso corpo, isto é, finalmente, cada detalhe da nossa vida, cada uma das relações que criamos com os outros. Tornamo-nos assim seus discípulos. É assim que se constrói e cresce a Vinha do Senhor, o Corpo de Cristo, que é a Igreja.
3. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
É por vezes difícil… O acto de amor mais difícil de praticar é, sem dúvida, o perdão. Mas perdoar é amar de verdade… Se vivemos uma situação “bloqueada”, em que o perdão é necessário, não será a ocasião de o praticar nesta semana? Não seria um belo fruto da vida de Cristo em nós?
Hoje coloquei um texto muito legal para refletir
em no meu outro blog que chamo do
BAÚ DO REINO DE DEUS: acesse e conheça... www.baudoreinodedeus.blogspot.com
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EVANGELHO DO DIA
Jo 13, 16-20
Quem segue Jesus deve servir
16 Eu garanto a vocês: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou. 17 Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática.»Jesus é traído por um discípulo -* 18 «Eu não falo de todos vocês. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come pão comigo, é o primeiro a me trair!’ 19 Digo isso agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, vocês acreditem que Eu Sou. 20 Eu garanto a vocês: quem recebe aquele que eu envio, está recebendo a mim, e quem me recebe, está recebendo aquele que me enviou.»
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Evangelho terça feira 5 de maio
Jo 10, 22-30
As credenciais de Jesus são as suas obras
22 Em Jerusalém estava sendo celebrada a festa da Dedicação. Era inverno. 23 Jesus passeava pelo Templo, andando no pórtico de Salomão. 24 Então as autoridades dos judeus o rodearam e disseram: «Até quando nos irás deixar em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente.»25 Jesus respondeu: «Eu já disse, mas vocês não acreditam em mim. As obras que eu faço em nome do meu Pai, dão testemunho de mim; 26 vocês, porém, não querem acreditar, porque vocês não são minhas ovelhas. 27 Minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu dou a elas vida eterna, e elas nunca morrerão. Ninguém vai arrancá-las da minha mão. 29 O Pai, que tudo entregou a mim, é maior do que todos. Ninguém pode arrancar coisa alguma da mão do Pai. 30 O Pai e eu somos um.»
As credenciais de Jesus são as suas obras
22 Em Jerusalém estava sendo celebrada a festa da Dedicação. Era inverno. 23 Jesus passeava pelo Templo, andando no pórtico de Salomão. 24 Então as autoridades dos judeus o rodearam e disseram: «Até quando nos irás deixar em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente.»25 Jesus respondeu: «Eu já disse, mas vocês não acreditam em mim. As obras que eu faço em nome do meu Pai, dão testemunho de mim; 26 vocês, porém, não querem acreditar, porque vocês não são minhas ovelhas. 27 Minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu dou a elas vida eterna, e elas nunca morrerão. Ninguém vai arrancá-las da minha mão. 29 O Pai, que tudo entregou a mim, é maior do que todos. Ninguém pode arrancar coisa alguma da mão do Pai. 30 O Pai e eu somos um.»
sábado, 2 de maio de 2009
DOMINGO DO BOM PASTOR
João 10, 11-18 Jesus é o único caminho
11 Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.
12 O mercenário, que não é pastor a quem pertencem, e as ovelhas não são suas, quando vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e sai correndo. Então o lobo ataca e dispersa as ovelhas.
13 O mercenário foge porque trabalha só por dinheiro, e não se importa com as ovelhas.
14 Eu sou o bom pastor: conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem,
15 assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou a vida pelas ovelhas. 16 Tenho também outras ovelhas que não são deste curral. Também a elas eu devo conduzir; elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.
17 O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo.
18 Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o mandamento que recebi do meu Pai.»
João 10, 11-18 Jesus é o único caminho
11 Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.
12 O mercenário, que não é pastor a quem pertencem, e as ovelhas não são suas, quando vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e sai correndo. Então o lobo ataca e dispersa as ovelhas.
13 O mercenário foge porque trabalha só por dinheiro, e não se importa com as ovelhas.
14 Eu sou o bom pastor: conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem,
15 assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou a vida pelas ovelhas. 16 Tenho também outras ovelhas que não são deste curral. Também a elas eu devo conduzir; elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.
17 O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo.
18 Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o mandamento que recebi do meu Pai.»
quinta-feira, 30 de abril de 2009
PRECE A SÃO JOSÉ OPERARIO
Oh! meu querido São José,
Santo Trabalhador,
que em vida fizestes a vontade de Deus através do trabalho,
sustentando com o pão honesto a boca de teu filho Jesus,
intercede diante de Deus,
abra as portas do comércio, das industrias
para que eu possa conseguir um emprego.
Dai-me forças e coragem
para não desistir ao primeiro “não”,
e que cada “não” que oiça alimente minha fé para buscar um “sim”.
Que eu tenha a disposição de Santa Teresa D’Ávila,
humildade de São Francisco de Assis,
a força e perseverança de Santo Antonio.
Orienta os senhores do poder
para que a distribuição dos bens de nosso país
seja mais justa, dando trabalho e riqueza suficiente a toda a gente.
Protegei nossas famílias
para que não se deixem vencer pela seca,
pelo medo, pela violência, pela falta de trabalho
e dá-nos esperança renovada a cada Domingo da ressurreição.
Meu São José, padroeiro dos trabalhadores,
não me deixe sem o pão de cada dia
e sem perspectiva de trabalho para sustentar honestamente minha família.
Por Cristo Senhor Nosso. Amém.
terça-feira, 28 de abril de 2009
EVANGELHO DO DIA
Jo 6,30-35
“É o meu Pai quem dá para vocês o verdadeiro pão que vem do céu”
30 Eles perguntaram: «Que sinal realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Qual é a tua obra? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como diz a Escritura: ‘Ele deu-lhes um pão que veio do céu’ «.32 Jesus respondeu: «Eu garanto a vocês: Moisés não deu para vocês o pão que veio do céu. É o meu Pai quem dá para vocês o verdadeiro pão que vem do céu, 33 porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.» 34 Então eles pediram: «Senhor, dá-nos sempre desse pão.»Jesus é o pão da vida -* 35 Jesus disse: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede.* 22-34: A multidão procura Jesus, desejando continuar na situação de abundância, isto é, governada por um líder político que decide e providencia tudo, sem exigir esforço. Jesus mostra que essa não é a solução; é preciso buscar a vida plena, mas isso exige o empenho do homem. Além do alimento que sustenta a vida material, é necessária a adesão pessoal a Jesus para que essa vida se torne definitiva.
sábado, 25 de abril de 2009
O EVANGELHO DO DOMINGO: Era preciso que Jesus sofresse?
O sofrimento de Jesus é entendido de muitas maneiras, nem sempre aceitável. Há quem diga que Jesus teve de pagar nossos pecados com seu sangue. Mesmo se é verdade que o sofrimento de Jesus nos resgatou, não é porque Deus exigiu que ele pagasse com seu sangue a nossa dívida. Seria injusto e cruel. Os homens é que “castigaram” Jesus, mas Deus o reabilitou. “Aquele que conduz à vida, vós o matastes, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos” (1ª leitura). Era preciso que o Cristo padecesse (evangelho), não porque Deus o desejava, mas porque as pessoas o rejeitaram e o fizeram morrer. Mas Deus quis mostrar publicamente que Jesus, assumindo a morte inflingida ao justo, teve razão. É isso que significa a ressurreição. O próprio Ressuscitado cita os discípulos os textos da Escritura que falam nesse sentido (Lc 24,44).Muitas vezes, a gente só descobre o sentido profundo das coisas depois que aconteceram. Assim também foi preciso primeiro o Cristo morrer e ressuscitar, para que os discípulos descobrissem que nele se realizou o modo de agir de Deus, do qual falam as Escrituras. Muitas vezes o Antigo Testamento fala do justo perseguido ou rejeitado (p. ex., Sl 22, Sl 69; Sb 2), do Servo Sofredor (Is 52, 13-53,12). Esses textos nos ensinam que aquele que quer praticar a justiça segundo a vontade de Deus há de enfrentar perseguição e morte. Ora, esses textos encontraram em Jesus uma realização inesperada e incomparável: aquele que Deus chama seu Filho morre por estar comprometido com o amor e a justiça de Deus. Em frente dessa morte, a ressurreição é a homenagem de Deus a seu Filho. O que foi rebaixado pelos injustos, é reerguido por Deus e mostrado glorioso aos que nele acreditaram. A ressurreição é a prova de que Deus dá razão a Jesus e de que seu amor é mais forte que a morte.Se Deus dá razão a Jesus, se Deus endossa a prática de vida que Jesus nos ensinou por seu exemplo, já não podemos hesitar em alinhar nossa vida com a sua. Jesus “ressuscitou por nós”, isto é, para nos mostrar que o certo é viver e morrer como ele. Quem, morrendo ou vivendo, dá a vida pelos irmãos, não é um ingênuo; Deus lhe dá razão.Que significa então: “Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados”(2ª leitura)? À luz do que dissemos acima, esta expressão não significa que Jesus é um sacrifício oferecido para pagar a dívida em nosso lugar, mas que aquilo que os antigos queriam realizar pelas vítimas de expiação – reconciliar-se com Deus – foi realizado de modo muito superior pela vida de justiça que Jesus viveu até à morte por amor. E, na medida em que o seguirmos nessa prática de vida, guardando seu mandamento, o amor de Deus se torna verdade em nós (1 Jo 2,3-5).
Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
EVANGELHO DO TERCEIRO DOMINGO DA PÁSCOA
26/04/2009
Lc 24,35-48 “Por que o coração de vocês está cheio de dúvidas?”
Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão.A realidade da ressurreição -* 36 Ainda estavam falando, quando Jesus apareceu no meio deles, e disse: «A paz esteja com vocês.» 37 Espantados e cheios de medo, pensavam estar vendo um espírito. 38 Então Jesus disse: «Por que vocês estão perturbados, e por que o coração de vocês está cheio de dúvidas? 39 Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo. Toquem-me e vejam: um espírito não tem carne e ossos, como vocês podem ver que eu tenho.» 40 E dizendo isso, Jesus mostrou as mãos e os pés. 41 E como eles ainda não estivessem acreditando, por causa da alegria e porque estavam espantados, Jesus disse: «Vocês têm aqui alguma coisa para comer?» 42 Eles ofereceram a Jesus um pedaço de peixe grelhado. 43 Jesus pegou o peixe, e o comeu diante deles.A missão cristã -* 44 Jesus disse: «São estas as palavras que eu lhes falei, quando ainda estava com vocês: é preciso que se cumpra tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.» 45 Então Jesus abriu a mente deles para entenderem as Escrituras. 46 E continuou: «Assim está escrito: ‘O Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia, 47 e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. 48 E vocês são testemunhas disso.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Adital - Brasil - O trem da juventude
Adital - Brasil - O trem da juventude: "Brasil - O trem da juventude
João Santiago *
Precisará de um combustível. Vamos usar carvão vegetal? Diesel? Álcool? Gasolina? Não! Nosso combustível deve ser ecológico e renovável. Gerar vida e não morte;
Precisará de um trilho. Qual será a bitola, a medida desse trilho? Será a medida de nossos sonhos! Não podemos nos deixar guiar nem instrumentalizar, seja qual for à justificativa;
Precisará de maquinistas. Que sejam amorosos, que saibam com clareza qual é o sentido de nosso trem. De nossos sonhos, de nossa luta. Para tanto, precisa de uma metodologia libertadora, humanizadora, de formação e mobilização. De uma teologia da libertação, que ensine a amar e não a ter medo;
Precisará de estações. Onde uns descerão e outros subirão. Livremente! São paradas para abastecer, para descansar, para refletir. São a confirmação do direito universal de ir e vir, negado a tantas pessoas, sobretudo jovens do meio popular;
Precisará de manutenção. De revisão, de reforço didático e metodológico. De conteúdos que sejam construídos por todos os passageiros. De sustentabilidade, que, mais que recursos, contenha comunicação e dialogicidade. De educação para a liberdade;
Precisará de um ritmo. Que atenda e respeite os mais variados ritmos e tempos de seus diversos passageiros. Que saiba o tempo de correr e o tempo de parar. O tempo de dobrar os joelhos e fechar os olhos e o tempo de arregaçar as mangas e lutar. O tempo de ouvir e o tempo de falar;
Precisará de si"
João Santiago *
Precisará de um combustível. Vamos usar carvão vegetal? Diesel? Álcool? Gasolina? Não! Nosso combustível deve ser ecológico e renovável. Gerar vida e não morte;
Precisará de um trilho. Qual será a bitola, a medida desse trilho? Será a medida de nossos sonhos! Não podemos nos deixar guiar nem instrumentalizar, seja qual for à justificativa;
Precisará de maquinistas. Que sejam amorosos, que saibam com clareza qual é o sentido de nosso trem. De nossos sonhos, de nossa luta. Para tanto, precisa de uma metodologia libertadora, humanizadora, de formação e mobilização. De uma teologia da libertação, que ensine a amar e não a ter medo;
Precisará de estações. Onde uns descerão e outros subirão. Livremente! São paradas para abastecer, para descansar, para refletir. São a confirmação do direito universal de ir e vir, negado a tantas pessoas, sobretudo jovens do meio popular;
Precisará de manutenção. De revisão, de reforço didático e metodológico. De conteúdos que sejam construídos por todos os passageiros. De sustentabilidade, que, mais que recursos, contenha comunicação e dialogicidade. De educação para a liberdade;
Precisará de um ritmo. Que atenda e respeite os mais variados ritmos e tempos de seus diversos passageiros. Que saiba o tempo de correr e o tempo de parar. O tempo de dobrar os joelhos e fechar os olhos e o tempo de arregaçar as mangas e lutar. O tempo de ouvir e o tempo de falar;
Precisará de si"
EVANGELHO DO DIA
Jo 6,1-15
Jesus sacia a fome do povo
1 Depois disso, Jesus foi para a outra margem do mar da Galiléia, também chamado Tiberíades. 2 Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. 3 Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. 4 Estava próxima a Páscoa, festa dos judeus. 5 Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro. Então Jesus disse a Filipe: «Onde vamos comprar pão para eles comerem?» 6 Jesus falou assim para testar Filipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. 7 Filipe respondeu: «Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um.» 8 Um discípulo de Jesus, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9 «Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente?»10 Então Jesus disse: «Falem para o povo sentar.» Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. 11 Jesus pegou os pães, agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. 12 Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: «Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada.» 13 Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que haviam comido.14 As pessoas viram o sinal que Jesus tinha realizado e disseram: «Este é mesmo o Profeta que devia vir ao mundo.» 15 Mas Jesus percebeu que iam pegá-lo para fazê-lo rei. Então ele se retirou sozinho, de novo, para a montanha.
Jesus sacia a fome do povo
1 Depois disso, Jesus foi para a outra margem do mar da Galiléia, também chamado Tiberíades. 2 Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. 3 Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. 4 Estava próxima a Páscoa, festa dos judeus. 5 Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro. Então Jesus disse a Filipe: «Onde vamos comprar pão para eles comerem?» 6 Jesus falou assim para testar Filipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. 7 Filipe respondeu: «Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um.» 8 Um discípulo de Jesus, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9 «Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente?»10 Então Jesus disse: «Falem para o povo sentar.» Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. 11 Jesus pegou os pães, agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. 12 Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: «Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada.» 13 Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que haviam comido.14 As pessoas viram o sinal que Jesus tinha realizado e disseram: «Este é mesmo o Profeta que devia vir ao mundo.» 15 Mas Jesus percebeu que iam pegá-lo para fazê-lo rei. Então ele se retirou sozinho, de novo, para a montanha.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
ANO CATEQUETICO: Um mestre que sabe empolgar seus discípulos
Discípulo é muito mais do que platéia. Não é aquele que assiste passivamente ou que repete sem reflexão. Discípulo é quem se encantou com o mestre, quer crescer tendo-o como inspiração, quer contagiar outros com o processo de descoberta que está mudando a sua vida. É esse o espírito que alimenta a proposta de 2009 como Ano Catequético Nacional, explicitada no tema: Catequese, caminho para o discipulado. O lema vai buscar apoio no relato emblemático dos discípulos de Emaús com Jesus: “Nosso coração arde quando ele fala, explica as Escrituras e parte o pão”(Lc 24,32-35).
O texto de Lucas é cheio de detalhes reveladores. Começa dizendo que era “o primeiro dia da semana”. Ou seja, trata-se do nosso domingo, dia em que tanta gente vai à Igreja... mas será que todos se encontram mesmo com Jesus?
Os discípulos não estavam bem, a morte de Jesus parecia o fim lamentável de um sonho perdido. Jesus se aproxima e eles não o reconhecem. Quanta gente, dentro e fora de nossos templos, não reconhece Jesus e anda desanimada pela vida... Muitos, como aqueles discípulos, até já ouviram a Boa Nova. Mas algo está faltando. Sabem coisas, conhecem doutrinas, mas de alguma maneira o que aprenderam não está funcionando. A Boa Nova é uma teoria, até bonita, mas não é ainda um fogo ardente, um impulso vital.
E Jesus, o que faz? Fica junto, ouve, caminha com eles, faz perguntas para que eles expressem seus sentimentos. Aqui estaria um recado importante para a nossa catequese e para todo o trabalho pastoral. Primeiro é preciso ouvir as perguntas. Muitas vezes estamos dando respostas sem saber quais são as indagações que a vida está fazendo a cada um.
“Eles pararam, com o rosto triste”- diz o texto de Lucas. Só estavam vendo na cruz um fracasso, uma decepção diante de esperanças de uma vitória retumbante que, a seu ver, não havia acontecido. Hoje, muita gente quer um Deus que só conceda vitórias, e têm que ser vitórias bem mundanas, no estilo da teologia da prosperidade. Jesus é vitorioso, sim! É a maior vitória possível... mas acontece de outro jeito. Precisamos de uma evangelização que veja as vitórias dentro do espírito do projeto do Reino.
Jesus, então, ensina. Fala dos profetas, mostra por onde passou o projeto de Deus que nele tem sua culminância. Situa o mistério da cruz num cenário mais amplo. Hoje, para termos verdadeiros discípulos, seria preciso aprofundar o conhecimento bíblico, perceber o fio condutor que perpassa os textos.
A essa altura, eles ainda não perceberam o que acontecia mas já estão encantados. Querem que o companheiro de caminho fique com eles porque “já é tarde e a noite vem chegando”. Jesus fica... e faz algo mais: abençoa e reparte o pão, se revela num gesto eucarístico. Depois desaparece, porque vai estar presente agora de modo muito mais definitivo. A iniciação cristã, ainda hoje, culmina (mas não termina) na comunhão eucarística. É comunhão com o próprio Jesus mas também com todo o seu projeto e com a multidão de necessitados com os quais ele sempre quis ser identificado. Os discípulos se dão conta de que o “coração ardia quando ele falava”. Mas não é “fogo de palha”, entusiasmo vazio. É um fogo que os leva de volta à missão, agora com fé e esperança para enfrentar as dificuldades e fazer novos discípulos.
Tudo isso vai ser refletido pelas comunidades no Ano Catequético. Esperamos que a metodologia de Jesus nos inspire e nos prepare também para fazer discípulos conscientes, ativos e apaixonados pela missão.
Therezinha Motta Lima da Cruz
O texto de Lucas é cheio de detalhes reveladores. Começa dizendo que era “o primeiro dia da semana”. Ou seja, trata-se do nosso domingo, dia em que tanta gente vai à Igreja... mas será que todos se encontram mesmo com Jesus?
Os discípulos não estavam bem, a morte de Jesus parecia o fim lamentável de um sonho perdido. Jesus se aproxima e eles não o reconhecem. Quanta gente, dentro e fora de nossos templos, não reconhece Jesus e anda desanimada pela vida... Muitos, como aqueles discípulos, até já ouviram a Boa Nova. Mas algo está faltando. Sabem coisas, conhecem doutrinas, mas de alguma maneira o que aprenderam não está funcionando. A Boa Nova é uma teoria, até bonita, mas não é ainda um fogo ardente, um impulso vital.
E Jesus, o que faz? Fica junto, ouve, caminha com eles, faz perguntas para que eles expressem seus sentimentos. Aqui estaria um recado importante para a nossa catequese e para todo o trabalho pastoral. Primeiro é preciso ouvir as perguntas. Muitas vezes estamos dando respostas sem saber quais são as indagações que a vida está fazendo a cada um.
“Eles pararam, com o rosto triste”- diz o texto de Lucas. Só estavam vendo na cruz um fracasso, uma decepção diante de esperanças de uma vitória retumbante que, a seu ver, não havia acontecido. Hoje, muita gente quer um Deus que só conceda vitórias, e têm que ser vitórias bem mundanas, no estilo da teologia da prosperidade. Jesus é vitorioso, sim! É a maior vitória possível... mas acontece de outro jeito. Precisamos de uma evangelização que veja as vitórias dentro do espírito do projeto do Reino.
Jesus, então, ensina. Fala dos profetas, mostra por onde passou o projeto de Deus que nele tem sua culminância. Situa o mistério da cruz num cenário mais amplo. Hoje, para termos verdadeiros discípulos, seria preciso aprofundar o conhecimento bíblico, perceber o fio condutor que perpassa os textos.
A essa altura, eles ainda não perceberam o que acontecia mas já estão encantados. Querem que o companheiro de caminho fique com eles porque “já é tarde e a noite vem chegando”. Jesus fica... e faz algo mais: abençoa e reparte o pão, se revela num gesto eucarístico. Depois desaparece, porque vai estar presente agora de modo muito mais definitivo. A iniciação cristã, ainda hoje, culmina (mas não termina) na comunhão eucarística. É comunhão com o próprio Jesus mas também com todo o seu projeto e com a multidão de necessitados com os quais ele sempre quis ser identificado. Os discípulos se dão conta de que o “coração ardia quando ele falava”. Mas não é “fogo de palha”, entusiasmo vazio. É um fogo que os leva de volta à missão, agora com fé e esperança para enfrentar as dificuldades e fazer novos discípulos.
Tudo isso vai ser refletido pelas comunidades no Ano Catequético. Esperamos que a metodologia de Jesus nos inspire e nos prepare também para fazer discípulos conscientes, ativos e apaixonados pela missão.
Therezinha Motta Lima da Cruz
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