sábado, 18 de abril de 2009

ABERTURA DO ANO CATEQUETICO: VALORIZAR OS NOSSOS CATEQUISTAS


O Ano Catequético Nacional quer despertar em todos os cristãos, catequistas de primeira Eucaristia, perseverança, Crisma, adultos e portadores de deficiência, e demais agentes de pastoral a consciência da importância do aprofundamento e do amadurecimento na fé, vivida no seio de uma comunidade, empenhada em irradiar a vida em Cristo para toda a sociedade. Quer também acentuar o primado da Palavra de Deus na vida da Igreja, cultivar a dimensão litúrgica da catequese, e suscitar em todos os serviços de pastoral a integração e explicitação da dimensão bíblico-catequética inerente a toda e qualquer ação eclesial, na perspectiva da pastoral de conjunto.

O objetivo geral do Ano Catequético Nacional é dar novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado.

A catequese, começando pela iniciação cristã e chegando a constituir-se em um processo de formação permanente, é caminho de encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que é capaz de mudar nossa vida, levar ao engajamento na comunidade eclesial e ao compromisso missionário. Quem se encontra com ele, põe-se a caminho em direção aos irmãos, à comunidade e à missão. Faz a experiência do discipulado, como seguimento do Caminho, pois é neste caminho que Cristo faz o co ração arder e o discípulo mergulhar, de modo cada vez mais profundo, nas Escrituras, na liturgia, na teologia, na evangelização e no compromisso pastoral, fruto da experiência do partir o pão.

O 10º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo nos estimula a sermos uma Igreja em estado permanente de missão, na realidade urbana de nossa cidade, onde há grandes desafios e problemas, mas também oportunidades extraordinárias para a ação evangelizadora. A catequese se constitui parte indispensável da missão. A preocupação, o empenho e zelo para com a catequese nos permitem intensificar sua ação missionária que se faz cada vez mais necessária.

Precisamos educar nossa sociedade, tendo presente o princípio da interação fé e vida, para que todos percebam que não estamos sozinhos, pois acreditamos que Deus habita esta cidade e ama o seu povo. É nossa missão fazer esse anúncio e proporcionar a experiência do encontro com Cristo que participa da nossa caminhada. Por meio da catequese seremos sempre mais discípulos missionários de Jesus Cristo.

PROGRAMAÇÃO
19 de abril
Celebração de Abertura, às 11h, Catedral da Sé
Neste dia, haverá também a peregrinação da Catequese, e será entregue, simbolicamente, uma chama que percorrerá as Regiões da Arquidiocese, para ser um sinal bem vivo do Cristo Ressuscitado que ilumina a missão da Igreja. A chama estará nas Regiões Episcopais nos seguintes períodos:
Região Sé — 19/04 a 17/05
Região Belém — 18/05 a 21/06
Região Santana — 22/06 a 26/07
Região Brasilândia — 27/07 a 30/08
Região Lapa — 31/08 a 04/10
Região Ipiranga — 05/10 a 08/11

Romaria ao Santuário Nacional de Aparecida - 30 de agosto
Missa no Santuário: 10:00 h

Encerramento do Ano Catequético
22 de novembro, nas paróquias

sexta-feira, 17 de abril de 2009

SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA: DOMINGO DA MISERICORDIA

"Viver em comunhão é experimentar a ressurreição"

O Tempo Pascal pode ser resumido na seguinte frase: “a esperança venceu o medo”. A esperança cristã pela vitória da vida sobre a morte é o resumo da liturgia deste segundo domingo da Páscoa.
Vivemos um tempo propício para o renascer, crescer, produzir frutos e viver, a partir do impulso da vitória de Jesus sobre todos os sinais de morte da história humana. Depois de ter celebrado os mistérios de Cristo presentes na Páscoa, importa viver esse período como desdobramento do mesmo mistério da fé cristã. Por isso, somos convidados a refletir sobre a fé vitoriosa no amor de Cristo.
As duas primeiras leituras de hoje nos convidam a uma reflexão sobre o amor fraterno, à luz da Páscoa, ou seja, da vitória do Ressuscitado. Em sua primeira carta, São João explica que em Jesus se manifesta o amor de Deus; mais, que Deus é amor – “Deus charitas est”, aliás, tema com o qual o Sumo Pontífice Bento XVI ofereceu-nos a primeira encíclica de seu Pontificado, sobre o amor de Deus pela humanidade, promulgada a 25 de janeiro de 2006.
Deus nos amou primeiro e nós também devemos amá-Lo. Mas como não O vemos, devemos amá-Lo no irmão que vemos, no irmão excluído, no irmão pobre que está na sarjeta, no irmão que não tem casa, não tem comida, não tem remédio, não tem plano de saúde, não tem previdência social. Esses nossos irmãos são filhos de Deus, porque acreditam em Jesus Cristo. Ora, quem ama o Pai deve amar também seus filhos e filhas. Amando seus filhos, nossos irmãos, viveremos na observância de seus mandamentos – o mandamento do amor, que Cristo nos deixou e pede que sigamos e coloquemos em prática.
A caridade fraterna, o mandamento do amor, não é um peso, mas, antes, uma doce alegria. Sua prática atesta a vitória sobre o mundo, a vitória daquele que crê em Jesus Cristo que, pelo sangue de sua cruz e pelo Espírito que nos deu – e também pela água do Batismo, que significa tudo isso –, vence o processo contra o mundo.
A primeira comunidade reunida é relatada sempre no segundo domingo da Páscoa. Este domingo, chamado de domingo da “Pascoela”, ou “Domingo in albis” - por causa dos paramentos brancos e das vestes batismais que eram usadas durante todo o Tempo Pascal pelos batizados na Vigília Pascal, este domingo, por doce desígnio do sempre lembrado e saudoso Sumo Pontífice João Paulo II, é chamado também de DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA.
Nesta celebração, recordamos o salmista: “Louvai o Senhor, porque ele é bom e eterna é a sua misericórdia” (Sl 118,1). O próprio Evangelho nos relembra a misericórdia de Deus para com a humanidade (Jo 20,23), que teve o seu ponto alto na paixão, morte e ressurreição pela nossa salvação, para a nossa vida plena em Deus.
Mas o Evangelho, relatando-nos a incredulidade de Tomé, nos fala que a fé vai além dos sentidos, a fé ultrapassa qualquer inteligência ou qualquer esquema pré-fabricado. A partir do momento em que aderimos a Jesus Cristo, devemos crer com grande entusiasmo, com grande fé, esperança e amor, porque Deus tanto amou o mundo que mandou seu Filho para que morresse pelos nossos pecados, e mais, ressuscitando ao terceiro dia para inaugurar a vida eterna.
O Cristo que esteve entre os discípulos, comendo e caminhando com eles, ensinando-os e sustentando-os sempre com sua presença, é o mesmo que está no meio da comunidade até o fim dos tempos. É o mesmo, mas não mais perceptível pelos sentidos. “Felizes os que não vêem e crêem” (Jo 20,29), é a nós que Jesus se refere, a todos os que, sem negar o valor aos sentidos e ao entendimento, vão além e aceitam o campo da fé. Pedro dirá: “Sem vê-lo, o amais; sem vê-lo, nele tendes fé. Isso será para vós uma fonte de alegria” (1Pd 1,8)
A comunidade de ontem e de hoje ama Jesus, o Senhor Ressuscitado; crê e sabe que ele está realmente presente, ainda que os olhos não o vejam e as mãos não o toquem. A dúvida e a incredulidade de Tomé são símbolo da dúvida e incredulidade que acompanham nossa mente.
Mas junto com a incredulidade de Tomé vem a sua belíssima profissão de fé: “MEU SENHOR E MEU DEUS” (Jo 20,28), Pois essa deve ser a nossa profissão de fé nesta Páscoa: “MEU SENHOR E MEU DEUS, EU CREIO, MAS AUMENTAI A MINHA FÉ!”
Jesus institui nesta Missa o sacramento da penitência e o sacramento da santificação. O homem que nasce com o pecado mortal é regenerado pelo batismo e depois pela confissão sacramental, de forma auricular. Por isso este é o Domingo da Divina Misericórdia, a Divina Misericórdia que vem ao nosso encontro para que deixemos o pecado e vivamos a graça santificante do batismo e a nova evangelização, tendo a santidade como objetivo e meta absoluta da vida cristã.
Jesus nos dá uma vida nova com a sua Ressurreição. Por isso Pedro exorta a sermos “como crianças recém-nascidas, desejando o genuíno leite do Espírito”. Fazer-se criança é o sentido de renascer de que falava Jesus a Nicodemos. O Espírito Santo que Jesus hoje sopra sobre a comunidade reunida é graça e força para sairmos da ira para a mansidão, do ódio para a bondade, da discórdia para a unidade, da ganância para a solidariedade, da libertinagem para a contingência. O Espírito nos reconstitui sempre de novo a alegria do amor e da unidade fraterna, sem os quais, não sobrevive a comunidade.
Crer que o Cristo é o Filho de Deus, enviado pelo Pai para nos dar a vida da graça, a vida eterna, esta é a razão da encarnação de Jesus. Esta a razão da ressurreição na Páscoa. Não há duas ressurreições. É uma única, por isso todas as nossas ações se voltam para a sua ressurreição.
A mensagem de paz e a missão do mútuo perdão que Jesus lega a seus discípulos no dia de sua ressurreição, dando-lhes o seu Espírito, é, em primeiro lugar, esta missão da plena comunidade. O Espírito lhes é dado para ser a alma desta comunidade. Porém, não deixará de irradiar também para fora. Mas isso só encontrará morada no coração da comunidade fraterna, a nossa comunidade de fé.
Por isso, diante do sofrimento do mundo, os cristãos são chamados a ser um sinal de esperança, alicerçados na fé e demonstrado em gestos concretos. Deus não espera que sejamos infalíveis. Ele nos oferece sempre o seu perdão e nos convida a perdoar, para todos podermos sempre recomeçar e crescer em santidade e em amor.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

VAMOS JUNTOS EVANGELIZAR

O proximo Domingo dia 19 de abril de 2009 estaremos realizando o primeiro dia de estudo do 10 PLANO DE PASTORAL DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO.
Como Padre e Pastor me sinto na missão de animar as comunidades e pastorais para realizar o que o que o próprio título indica... Sermos Discípulos-missionários na cidade de São Paulo:
Na próprias palavras do Cardeal da nossa Arquidiocese no diz: "esse título indica os enfoques principais do Plano e deverão orientar toda a nossa ação evangelizadorae pastoral nos próximos quatro anos: como cristãos e católicos, trazemos a identificação com Jesus Cristo e sua Igreja; de Cristo discípulos, dele recebemos a constante inspiração e motivação para sermos missionários e atuarmos como suas testemunhas na cidade de São Paulo.
Nosso 10º Plano é uma tentativa de resposta aos apelos de Deus vindos através de diversas “vozes”: da cidade de São Paulo, com suas riquezas e suas misérias, que nos desafia a sermos corajosos discípulos de Cristo e a darmos nesta metrópole um testemunho renovado e vigoroso do Evangelho; da situação de nossas comunidades eclesiais, muitas vezes cansadas e desmotivadas, que precisam recobrar coragem e rumo, olhando para Cristo.
Na elaboração do novo Plano de Pastoral houve atenção especialà situação religiosa e eclesial de São Paulo; ao fato da frequentedesorientação de católicos, que deixam a Igreja, talvez porque nunca foram evangelizados por nós e não desenvolveram um forte senso de pertença à Igreja. Atenção especial ainda é reservada ao fato de sermos uma Igreja inteiramente urbana; isso deve marcar de forma específica nossa presença eclesial e ação pastoral; mas também ao contexto socioeconômico e cultural de nossa cidade e da vida do povo e dos muitos pobres e excluídos e sofredores da cidade, cuja situação não nos deve deixar indiferentes.
O plano também traz a preocupação da “conversão pastoral”, pedida em Aparecida e, hoje, tão necessária para sermos uma Igreja verdadeiramente discípula e missionária de Jesus Cristo na cidade grande. Cada comunidade, grupo e pastoral deveria perguntar-se:
o que isso significa e que tipo de mudanças precisam acontecer, para realizarmos essa conversão pastoral?
Por isso, o 10° Plano dá uma atenção especialaos “sujeitos eclesiais”, mais que aos programas e estratégias de ação;esses sujeitos eclesiais são as pessoas e também as instituições eorganizações da Igreja, como a própria Arquidiocese, as RegiõesEpiscopais e Paróquias, com suas numerosas comunidades, grupos,pastorais, movimentos e organizações de vida eclesial e pastoral.
São eles que precisam realizar a conversão pastoral e missionária, a partir de um encontro pessoal e profundo com Jesus Cristo, para serem animados por novo espírito e nova disposição; depois disso, também os projetos e programas pastorais tomarão novo sentido.
Enfim, o 10° Plano nos estimula a sermos uma Igreja em estado permanente de missão na realidade urbana de São Paulo, onde há grandes desafios e problemas, mas também oportunidades extraordinárias para a ação evangelizadora. Este é o lugar de nossa missão! Deus habita esta cidade e ama seu povo!"
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São PauloSão Paulo,
30 de novembro de 2008